agosto 31, 2011

Ilimitado






Oh! Crianças adormecidas em corpos empoeirados, 
Que um leve despertar passe sobre vocês como um doce suspiro,
Que fadigado desses dias trêmulos.
Ore por um bem maior e as leve passear.
E que os novos ares de suas mente férteis,
Limpem a poeira que encontra o seu corpo,
Que seu brilho volte eternamente.


Se acordar e não me ver ao seu lado, não se assuste eu sumo como fumaça. Não me prendo não me entrego. O tempo corre, eu corro ao contrario, essa é a minha aventura. Vou até onde as pessoas não possam bater freneticamente seus pés para mim. Esperando resultados de respostas de perguntas que nem são minhas duvidas.
Eu vou para um canto contrario, onde possa soltar bolhas de sabão e rir sem parar. Eu vou pegar vaga-lumes, borboletas e flores e depois irei soltá-los porque nasceram para serem iguais a mim L-I-V-R-E-S. Em questão das flores, as belas flores, contarei um bem-me-quer, porque a doce esperança de uma criança não trás sofrimentos.
E se você quiser se encontrar comigo, feche os olhos e me imagine com um vestido vermelho de bolinhas brancas e sapatinhos vermelhos. Normalmente fico na praia lendo um bom livro, porém se quiser podemos fazer um piquenique em um parque. Só não me prenda entre quatro paredes, porque será a mesma coisa de engaiolar um pássaro, meu canto passará a ser triste.
Não custa nada criar um pensamento, aproveite que ainda é de graça!
Se acordar e eu estiver ao seu lado, entenda que nunca faria isso. Mas se caso acontecer, é porque você cativou meu mundo e passou a ser parte dos meus pensamentos. E quem sabe quando fechar meus olhos você estará comigo, na praia ou soltando bolhas de sabão em um lugar qualquer.
Se acordar do seu lado, espero que corra comigo o mais rápido que conseguir, contra o tempo.

G.C.Pezzatto - 31/08/11 

agosto 30, 2011

O que fazer...





"Certas atitudes, as melhores muitas vezes não saem da mente de um adulto..."

Em vez de ficar a pensar em ti, levantarei da cama e vou olhar o céu. Porque hoje agi como adulta e esqueci de admirar a unica coisa que muitas vezes me faz feliz. Crianças sempre olham para o céu.
Porque é no céu que coisas boas estão e é no céu que guardo os meus melhores sentimentos. E lá você não esta, não passa nem perto.
Porque quando olho para céu, sorrio, por tudo ser lindo de verdade. E me entristece só de lembrar de você, de ver uma alma que quis se perder do meu céu.

G.C.Pezzatto

Garota dos olhos de ressaca



E quando você pensa que conhece alguém, o tempo chega e leva de ti. Deixando uma dúvida..."Quem sou, quem és?"

...E então, ela andava cabisbaixa, meio curvada. Talvez medo da multidão, talvez fosse tristeza ou dor. Ou quisesse passar despercebida.
E talvez tivesse grandes olhos de ressaca, vazios e opacos, tão perto e tão longe, perdidos em um mundo não presente, um lugar que dá para paralisar o tempo, rebobinar a cena, refazer, recriar. Olhos pequenos, grandes. Tanto faz! Segue a calçada rachada, cinza claro, cinza escuro...
Talvez não fosse nada disso, talvez fosse tudo. 
Algo a espera de se realizar, ou só uma ideia utópica, um sonho inopinado.
E ela passou por mim, tão pequena e sem graça. E me deixou uma dúvida crucial...
"Como seria seu rosto afinal? Delicado, fino? Pálido?...”.
E essa garota que talvez tivesse olhos de ressaca, afinal, não sabia de algo importante.

G.C.Pezzatto - 30/08/11

agosto 24, 2011

Fanfic Harry Potter





"De volta ao lugar que pertence"



17 anos depois...

O outono pareceu chegar de repente naquele ano. O vento gélido dançava com as folhas nos jardins. Na estação King’s Cross, carrinhos com grandes malas e gaiolas passavam por Harry e Teddy indo diretamente para a plataforma 9 ¾. Os dois companheiros seguiam o mesmo caminho silenciosos, porém com grande felicidade.
Harry indicou para que Teddy passasse primeiro, o jovem o fez e logo em seguida estava ao lado do Expresso de Hogwarts com seu padrinho logo atrás. Harry ajudou Teddy a colocar as malas no trem, logo que terminaram se virou para o afilhado.
- Nós nos encontramos lá, preciso passar na casa dos seus avós primeiro, dando a noticia de que você embarcou bem.
- A vovó se preocupa demais.
- E ela tem razão. Você quase não mandou noticias ano passado. Podia ter matado a sua avó por causa disso.
- Estava muito ocupado com as provas, além do mais sou monitor não é fácil achar um tempo livre sabe...
- Sei claro. Quando tinha a sua idade estava lutando contra comensais sem dizer que Voldemort estava na minha cola. Sei como é difícil. Harry disse ironicamente.
Teddy virou os olhos para o padrinho com desdém e deu uma risada.
- Tá bem! Entendi, vou escrever para não matar a velha do coração.
O primeiro apito soou, Harry abraçou o afilhado que tentava fugir do abraço.
- Para! Tá todo mundo olhando!
Harry o soltou rindo da vergonha do garoto. Teddy embarcou enquanto o segundo apito soava. E em um piscar de olhos o trem começou a partir.
Harry olhava e cada marcha que o trem dava seu coração apertava em uma mescla de perda e felicidade. Teddy era tudo que tinha agora.
- Harry!
Uma voz familiar o chamava animadamente, ele se virou e viu Hermione e o pequeno Hugo de mãos dadas, logo atrás vinha Rony. Ela o abraçou.
- Como você esta?
- Estou bem e vocês?
- Felizes! Exclamou Rony
Harry olhava para os dois que estavam com os olhos um pouco vermelhos e já adivinhou o por que.
- Foi difícil se despedir da Rosa não é?
- Ah! Harry como foi. Disse Hermione com a mão que segurava um lenço apertando-o contra no coração.
- Não se preocupem, tenho certeza que ela se dará bem. Afinal, ainda bem que ela puxou a inteligência da mãe.
- E qualquer coisa você estará lá para ficar de olho nela. Falou Rony
- Rony, ele não vai poder ficar olhando ela. Terá trabalho demais.
- Eu sei só quero dizer que...(Ele olhou para Harry sério) Por favor, não deixa nenhum aluno da sonserina chegar perto dela!
- Rony!
Harry ria.
- Eu fico de olho na Rosa.
- Valeu Harry.
Ele e os três Weasleys caminharam para fora da plataforma conversando. Na saída da estação se despediram. Harry foi até a cabine telefônica mais próxima. Olhou para os lados para ter certeza que ninguém o via e desaparatou.
Logo em seguida apareceu em frente a um casarão antigo em campo aberto, passou pelo portão e bateu na porta. Um senhor com cabelos louros desbotados e barrigudo atendeu.
- Harry! Chegou na hora certa, entre, entre Andrômeda esta fazendo chá.
- Obrigado, mas não posso demorar.
- Ah claro! Começa a lecionar em Hogwarts esse ano, não quer se atrasar para seu primeiro dia.
- Harry que esta aí? Por favor, entre Harry!
Uma voz feminina se aproximava. Sra. Tonks parou ao lado do marido gesticulando para Harry entrar.
Ele entrou relutante na casa, estava ansioso demais para fazer uma parada. Foi conduzido até a sala de estar onde a mesa estava posta com bule e xicaras, além de bolos e pães. Os três se sentaram.
- E o Teddy como embarcou? Sra. Tonks falava enquanto lhe servia um chá.
- Bem, ele esta bem.
- Se não fosse pelo meu estado de saúde... Adoraria ter acompanhado meu neto até a estação. Lamentava Ted.
Harry não sabia o que dizer, apenas sorriu forçadamente e tomou seu chá em grandes goles.
Sra. Tonks puxava conversa sobre a saúde do marido e de repente começou a falar do neto e da preocupação de o garoto não mandar noticias como havia feito no ano passado. Harry deixou de ouvi-la atentamente a 20 minutos, olhava seu relógio preocupado.
“Ainda dá tempo!”
Ted percebeu a agitação de Harry.
- Bem, não queremos tomar seu tempo. Creio que quer chegar cedo em Hogwarts.
- É, acho que é melhor eu ir. Só vim dar a noticia de que Teddy embarcou bem. Obrigado pelo chá Sra. Tonks.
Ted se levantou e acompanhou Harry até a porta, onde se despediram. Ele caminhou até o portão onde desaparatou.
Apareceu na frente do portão de Hogwarts, estava tão feliz de ter voltado que ria sozinho, logo a frente vinha Hagrid para abrir o portão. Harry entrou e antes mesmo de reagir foi agarrado pelos enormes braços de Hagrid.
- Harry! Quanto tempo! Estou tão feliz. Tenho certeza que será um excelente professor, aliás, será o melhor! Digo... Incrível mesmo.
Harry ainda preso nos braços do amigo mal conseguia respirar e falar.
- Oh! Desculpe. Hagrid disse soltando-o embaraçado. – Me empolguei Harry, é que é bom revê-lo!
Harry se recompunha enquanto arrumava suas vestes.
- É bom revê-lo também Hagrid.
Ele olhou o castelo iluminado estava mais bonito do que antes. Uma onda de satisfação e felicidade o atingia. Estava de volta para o seu lar.
Os dois caminhavam em rumo ao castelo.
- Quem diria! Harry Potter professor de Hogwarts! Eu não teria acreditado se não fosse você mesmo a me contar.
- Pois é, é difícil de acreditar. Nunca pensei em lecionar, estava feliz como auror, mas senti que já havia feito de tudo.
- Estava tendo muito sucesso! Creio que nada mais o surpreende então.
- É acho que não.
Chegando a entrada do castelo estava a diretora McGonagall, Neville Longbottom (agora professor de herbologia), professora Trawley, professores Flitwick e Slughorn. Esperavam os dois.
- Seja bem-vindo professor Potter. A diretora McGonagall dizia com um sorriso orgulhoso, a mão estendida para apertar a de Harry.
- Muito obrigado profe... Quer dizer...Diretora McGonagall.
- Hagrid, fui avisada que o expresso esta chegando à estação é melhor se apressar.
- Já estou indo diretora.
- Até mais Harry.
- Até Hagrid.
Hagrid seguiu seu caminho. Harry cumprimentou um a um, até os demais professores que logo chegavam.
- vamos para o salão esperar os alunos. Disse a diretora.
Neville segurou no ombro de Harry, não conseguia esconder a felicidade de reencontrar o amigo.
- Fico feliz Harry que resolveu lecionar. Tenho certeza que os alunos irão te adorar. Ter aulas com o próprio Harry Potter, isso me lembra da Armada de Dumbledore.
Os amigos seguiam para o salão relembrando os momentos que passaram na escola.
Harry se sentia mais a vontade do que nunca. Como se nunca tivesse partido. Apesar de ser estranho sentar-se a mesa dos professores e olhar o grande salão enfeitado com as velas sob um maravilhoso céu estrelado. Olhava as mesas das quatro casas, estava emocionado.
Passaram um tempo conversando.
- Bem, nos vemos daqui a pouco, sou eu que recepciono os alunos agora. Disse Neville todo orgulhoso  seguindo para o hall do castelo.
A porta do salão se abriu os alunos veteranos entravam e se se sentavam à mesa de sua casa. Na multidão ele procurava Teddy, o encontrou no meio de outros garotos tão altos quanto ele, seus cabelos de castanho passaram a pretos, estavam empolgados e não paravam de falar. Harry sabia muito bem o que era isso.
Esperavam todos os alunos se sentarem, eles olhavam curiosos para a mesa dos professores mais precisamente para Harry, pois era o único rosto novo,  ele sentia seu rosto corar, estava nervoso e tremia um pouco.
A diretora McGonagall pediu silencio e todos os alunos obedeceram de primeira, ela parecia mais severa do que quando professora. Harry logo lembrou que sempre achou que com a professora McGonagall não se podia brincar.
- Primeiramente quero dar as boas-vindas a vocês. E que estamos tão ansiosos quanto vocês para começar o ano letivo. Agora professor Longbottom trará os novos alunos para a seleção das casas. Os demais avisos serão dados depois.
Poucos minutos e a porta se abriu com Neville a frente dos calouros que olhavam boquiabertos para o salão. O chapéu seletor foi colocado a frente em cima de um banquinho por Flich. O Chapéu cantou uma de suas canções antes da seleção.
- Quando chamar seus nomes sentarão no banco e colocarei o chapéu que irá dizer em qual casa vocês irão. Disse Neville com um pergaminho à mão.
Foi chamando um a um, todos faziam a mesma cara de assustados. “Ana Molly Flechter”, “Daniel Guyton”, “Linda Netter”, “Filipe Constanzo”. E o chapéu falava “Corvinal!”, “Sonserina!”, “Lufa-Lufa!”...
Até que por fim chegou Rosa Weasley com seus cabelos ruivos brilhantes e olhos ansiosos. Harry não pode deixar de sorrir. Era difícil de crer que via a filha de seus melhores amigos ser selecionada. o chapéu falou "Grifinória!". Harry batia palmas freneticamente.
Depois de todos serem selecionados, a diretora se levantou para falar.
- Queremos dar as boas-vindas aos novos alunos, que Hogwarts se torne um lar para vocês, como é para muitos e foi para tantos outros. Esse ano terá um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, professor Harry Potter... Ela olhava para ele e aplaudia com grande orgulho.
Harry nervoso demais sorriu sem saber como e acenou rapidamente (ainda não gostava de ser o centro das atenções) ao imenso mar de aplausos e falatório dos alunos.
- Agora desfrutem desse banquete, tanto quanto possam, e espero que se lembrem da primeira noite em Hogwarts a sua passagem para um novo mundo. Um mundo de magia, e espero que pensem bem antes de escolher seu caminho. Aproveitem!
Todos aplaudiam as palavras da diretora enquanto atacavam o banquete com muita fome.
A mesa dos professores era tão deliciosa quanto às das outras mesas, além de ter cerveja amanteigada, o que não tinha na mesa das casas. Harry se servia de um peru recheado e batatas sortidas, enquanto conversava com Neville.
- Então, sou o professor da casa agora. Dizia Neville se apossando de um gole de suco de abobora
-  Parabéns Neville!
Harry achava demais o amigo agora ser o professor responsável pela grifinória. Desejava um pouco aquele cargo.
- Professor Flitwick continua com a Corvinal, Slughorn com a sonserina. Septima Vector agora é responsável pela Lufa-Lufa.
- Não acredito que Septima e Slughorn não tenham se aposentado.
- Slughorn disse que depois daquela batalha sua vida mudou e não quer mais parar de lecionar e Septima... Bem... Acho que só vai parar quando morrer e olha lá, ainda é capaz de lecionar morta. Neville falava levando uma garfada cheia de carne com pimentões a boca. – O nosso time de quadribol não anda tão bem. Perdemos  dois anos seguidos para a corvinal, dá para acreditar? A única coisa que me consolou é que faz muito tempo que sonserina não ganha.
Era visível que Neville ainda tinha sentimentos pelas casas. Mas tinha uma reputação tão grande de ótimo professor que escondia bem. Era só para o amigo recém-chegado que mostrava seus sentimentos.
Harry imaginava o time de quadribol e de como era uma pena não estarem ganhando.
O banquete terminou, os monitores das casas levavam os calouros, os demais se mesclavam com as outras casas e conversavam ainda empolgados. Harry viu Teddy guiar os calouros para o salão comunal da grifinória. O garoto deu uma olhada rápida pra o padrinho e acenou partindo. Harry acenou de volta. Ele reparou também que os alunos da sonserina não se misturavam muito.
“É, tem coisas que não mudam”.
- Boa noite Harry. Amanhã será um dia cheio.
- Boa noite Neville.
Ele seguiu seu caminho para a torre onde fica a sua sala. Havia a arrumado uma semana antes. Em um canto tinha um baú trancado, lá dentro tinha um bicho-papão que caçou em um vilarejo perto de Hogsmeade em tempos atrás.
Subiu para seu aposento que havia arrumado a seu gosto, quadros de amigo espalhados pelas paredes, era um aposento até que luxuoso. Parou em frente a janela que dava para o lago, e o olhou brilhava pelos reflexos da lua e das estrelas, era uma noite bonita e memorável.
Voltou para o lugar que pertence.

G.C.Pezzatto - 24/08/11


agosto 23, 2011

Humanidade para humanidade

(Tempo de humanizar)






O tempo que passa
Desperdiçamos sendo mascarados
A arrogância ultrapassa
A humanidade dos desesperados.

Falta pouco tempo
Para terminarmos de nos perder
Alguns fazem de um passatempo
Fazendo barreiras para não sofrer.

Sem razão e sensibilidade
A individualidade fala mais alto
Pouca luz resta para a humanidade
Porque o egoísmo não pretende descer do salto.

G.C.Pezzatto - 18/08/11

agosto 22, 2011

Monstros



Atormentada, a minha doce mente atormentada.
A minha mente atormentada, sempre atormentada. Por monstros imaginários que não vivem embaixo da minha cama, mas dentro de mim. Procura outros monstros que no fim pioram o meu tormento, e aumentam os monstros que me dão medo.
Tanto medo.
Por não saber o que é amar, ou não querer amar.

G.C.Pezzatto

agosto 21, 2011

O menino e sua estrela




Ele olhou pela janela, a brisa suave passava entre seu negro cabelo. Fitava a estrela que mais brilhava. As outras pareciam um gigantesco pisca-pisca, de tanto aparecer e desaparecer. O frio não o incomodava. Não permitiria que algo assim atrapalhasse a sua observação.
Ela o encantava tanto e nem sabia o porquê, não era diferente das outras estrelas, até podia ser a  que não brilhava tanto mas para ele era única. Podia passar o tempo que fosse, porque mais e mais admirava a estrela.
Lentamente o sono foi chegando, de mansinho seus olhos iam piscando cada vez mais lentos e longos. Até que por fim o sono venceu. Dormiu ali mesmo na janela.
Acordou com o brilho e com o calor do sol. Não podia acreditar passará a noite ali. O que mais incomodou foi se lembrar da estrela. Decidiu observá-la novamente.
E lá estava a sua estrela era como se realmente fosse dele, só ele enxergava a sua beleza, seu brilho. O sono chegava, lutou como pode contra ele, a sua cabeça ia pesando, sua visão já não estava tão boa, e lentamente foi encostando-se a janela olhando a estrela, foi fechando seus olhos...

No dia seguinte decidiu que iria observá-la todas as noites. Passaram duas semanas observando o céu estrelado, ele nunca esteve tão belo como nessas duas semanas. A sua estrela não estava ali. E mais uma semana se passou, observando o céu a procura de sua estrela e nada dela aparecer. Entristecido não olhou mais para o céu.
Nunca iria se esquecer da estrela.

Anos e anos se passaram, e o garoto se tornará homem de sucesso, seu trabalho tomava a maior parte de seu tempo.
Certa vez voltando do trabalho tarde da noite, como de costume, passando por uma estrada deserta, avistou uma senhora, usava um vestido cor de rosa e um xale branco, seus cabelos eram curtos, enrolados e brancos, brilhavam estranhamente. A senhora vendo a luz do farol do carro fez sinal, pedindo por carona. Ele parou para ela. Cumprimentaram-se;
- Boa noite meu rapaz, poderia dar uma carona a essa velha senhora?
- Claro que sim, é perigosa essa estrada à noite ainda mais sozinha.
A senhora sorriu e entrou no carro. Os dois ficaram em silencio por um tempo. A té que a estrada começou a ficar mais iluminada.
- Olha que maravilha essa noite! . Exclamou a senhora.
- É esta bem iluminada.
- Você já parou para observá-la?
- Não, não observo muito.
- Por quê?
- É sempre igual, tem dias que tem mais estrelas e outros não, mas é sempre a mesma coisa.
A senhora ficou em silencio.
- Onde a senhora mora?
- Na fazenda no final da pista.
Chegando à fazenda.
- Você não quer descer?
- Não obrigado, preciso ir.
- Está bem obrigada pela carona.
- Não a de que.
Por um instante a senhora deu as costas ao carro, olhou para o céu e virou para ele.
- Cada pessoa tem um destino, seus próprios sonhos, e cada uma tem sua própria estrela no céu, é onde você reencontra a sua paz interior, esperança e fé. Sua estrela guia. Não deixe de olhar para o céu a procura de sua estrela meu rapaz, porque no momento em que você acha as noites iguais, você deixa de reencontrar a si mesmo no seu destino. Você não procura por esperança e fé.
Termina do de falar a senhora deu um sorriso e partiu para a fazenda.
Ele paralisou, ficou chocado com o que acabou de ouvir. De repente, por uma fração de segundos lembrou-se daquela noite parado na janela, olhando a mais bela estrela, e de  como seu dia foi bom, pois a noite iria volta a vê-la.
Lembrando-se disso, voltou a dirigir queria chegar logo em casa, as palavras ditas, a sensação e nostalgia faziam seu coração acelerar. Por fim chegou sã e salvo, não conseguia dormir, foi até a janela, um pouco assustado com o fato, mas criou coragem.
Olhou para o céu, estava maravilhoso, brilhava tanto que iluminava a rua inteira. Tremia de medo, de algo que nem sabia o por que. Procurou pelo céu a sua estrela não esperava que fosse encontra-la, pois havia tantas outras que brilhavam mais. Seus olhos correram para um ponto quase apagado no céu. Ele apertou os olhos e de repente aquele pontinho começou a brilhara mais e mais até que se tornou esplendido!
Sentia-se feliz, ela estava ali, depois de anos sem procurá-la, estava ali brilhando para ele.

Depois dessa noite, ele nunca mais deixou de vê-la, não dormia na janela para não deixar de observá-la, mas todas as noites bastava procura-la no céu e só olhá-la um pouquinho, só para se lembrar de que ela sempre estará ali.

Sempre teremos a nossa estrela no céu, a momentos em que nos desviamos do nosso caminho e ela se perde, mas nunca apagará. E sempre teremos alguém que nos faça lembrar-se dela.
Ela nunca te deixará, você poderá reencontrar a sua paz, esperança e fé nelas.

E você já encontrou a sua estrela hoje?

G.C.Pezzatto – 15/06/09

agosto 19, 2011

Estrada amarela



Alegrar ao ver o sol nascer
O céu azul a tranquilizar
Esquecendo o que faz sofrer
E mais um dia caminhar.

Seguindo a trilha ensolarada
Com a mente aberta
Filosofando a estrada amarelada
A saudade que aperta.

Novos sonhos buscar
E lições a aprender
Sem desistir da vida a trilhar
Surpresas que irão acontecer.

Hoje sofro por bem
Amanhã talvez aprenda
O conhecimento que vem
Com paciência entenda.

Dorothy demorou
Para entender e crescer
Pelos tijolos amarelos passou
E começou a amadurecer.

Paciência é louvável
Nos dias de hoje é virtude
Com o tempo aprenda o que é amável
E qual é a certa atitude.

G.C.Pezzatto - 17/08/11

agosto 18, 2011

Pedaços presos em laços



Corria.
Ela corria com o coração na mão, corria o mais rápido que suas pernas curtas conseguiam, corria como se o tempo já tivesse ficado para trás.
E em sua mente passava os momentos raros de felicidade que sentiu ao seu lado, passava e repassava, marcando o compasso, como música Bossa Nova, como as idas e vindas das ondas, como se sua existência não passasse disso. Um pequeno pedaço dela preso apenas por um laço invisível nele, e ela necessitava manter esse laço, não permitir que ele desprendesse...

- Isso é ridículo, é puro egoísmo, Arthur.
- E se for? É o que eu acredito.
- É loucura.
- Não, é a minha opinião.
- Se isso é verdade, então não passamos de seres egoístas que não querem a companhia do outro, mas só o “pedaço” como você disse, de nós próprios, preso no outro, é isso?
- É sim Nanda. Quando sentimos algo especial por alguém, é porque no fundo essa pessoa tem um pedaço nosso preso a ela, enlaçado. E então, sentimos a falta  que esse pedaço faz, ele nos completa, meio torto meio certo.
- E quando eles terminam como fica esse seu pedaço?
- Ele volta pra você.

Ele sentia o vento passar acariciando a sua triste face, e seus olhos não viam mais o mundo. Estavam voltados para dentro de seu mundo. A pulsação que sentia era uma força contraria a das lágrimas que segurava para não aparecer.

- Você não me completa. Por que já sou completa, faço as coisas pela a minha felicidade, você é apenas um anexo. Algo que se eu não tivesse faria falta, mas não seria necessário.
- Você me tem.
- Não, eu não te tenho.
- Você me tem sim. Por que eu quero ser seu, posso ser apenas um anexo, mas sou o anexo que você tem.
- Então não quero mais que você seja o anexo. Já não aguento mais você vivendo fora da realidade, essas suas histórias de louco, papinho de filosofia chula.

Tudo que acreditava ficava para trás, conforme corria na direção oposta de suas crenças. Toda a arrogância e a falta de imaginação partiam, uma pequena pontada em seu estômago crescia, talvez fosse humildade.
Se fosse história de louco, ou um breve romance anexado em sua vida, não iria terminar assim.
Entrou pelo portão do quintal que estava aberto, e lá estava seu anexo, o que ainda talvez fosse seu. Sentado em um banco já enferrujado embaixo da árvore que nem sombra fazia mais.
Seu olhar saiu do seu mundo, se voltou por um momento para a realidade.

- Você soltou? Desprendeu o laço Arthur?
- Não, não posso fazer isso. Por que acho que ficou tempo demais dentro de mim. O seu pedaço virou o meu pedaço.
- Que bom. Por que pra mim você não é mais um anexo, você é a imaginação que eu não tinha.
- Agora você tem?
- Agora eu te tenho.

Ela se sentou ao seu lado, segurou a mão que lhe pertencia, se fundiram, passaram a ser apenas um dividido em dois recipientes.
Ou talvez dois anexos de uma vida só.

G.C.Pezzatto -18/08/11

agosto 16, 2011

Anjos Perdidos - Parte 7 (O final)



Abriu os olhos lentamente, o quarto já estava claro, sentou-se na cama e viu que seu abdômen estava inteiro enfaixado, não sentia dor alguma. Passou a mão em seu rosto e sentiu uma barba muito comprida.
“Quanto tempo fiquei dormindo?!”
Trocou-se e desceu.
Daniel estava sentado a mesa da cozinha com a cabeça baixa. Assim que ouviu Alan descer  levantou a cabeça para olhá-lo, abriu um pequeno sorriso.
- Bom dia. Como esta se sentindo?
- Bom dia. Acho que bem...
Sentou a mesa, de repente apareceu a sua frente um delicioso banquete de café da manhã.
- Obrigado, tô com muita fome...
Disse tomando uma caneca de café.
- Não é para menos. Você ficou quatro meses dormindo.
Ao ouvir isso cuspiu o café de tão surpreso que ficou com a noticia.
- O que?!... Quatro meses?!
Dizia entre engasgos.
- É, exato. Sua recuperação não foi fácil, Rafael veio todo o dia tentar te curar, e mesmo assim não conseguiu por completo, sinto muito, mas as cicatrizes vão ficar assim, foi o máximo que ele conseguiu. Aquele demônio te agarrou com muita força.
Alan não sabia o que pensar, parecia ter entrado em estado de choque... Ficou quatro meses dormindo, como podia acontecer algo assim.
- Anda logo, você precisa se alimentar.
O anjo disse apoiando o cotovelo na mesa e a cabeça na mão. Tinha um ar tristonho. Alan nunca viu nenhum dos anjos tristes antes.
Preferia não comentar nada. Voltou a tomar seu café. Depois arrumou tudo, ainda não entendia porque Daniel o fazia limpar sendo que podia fazer tudo sumir. Subiu para o banheiro, foi tomar um banho, tirou as faixas que protegiam às cicatrizes, viu grandes cortes dos dois lados de seu abdômen, estavam mal cicatrizados. Tomou um banho demorado e fez a sua barba, não tinha condição de deixar daquele jeito.
No corredor olhou pela janela a praia. Toda a conversa que teve com Ledge veio à tona em sua mente, sentia um frio na barriga. Desceu para a cozinha, Daniel ainda estava sentado a mesa com a mesma cara de tristeza.
Alan ficou surpreso, para ele os anjos até então, nunca demonstraram nenhum tipo de expressão ou sentimento, por que agora?
A única coisa que sabia é que não queria ficar no chalé, resolveu sair, andar pela praia. Daniel não fez nenhuma objeção quando ouviu Alan sair.
O garoto andava na beira da água e pensava nas coisas que Ledge havia lhe dito.
“Será que é tão ruim?”
De uma coisa sabia, não fica a vontade perto dos anjos, e do modo que Ledge disse, se daria bem com ele.
Alan nunca foi apegado a ninguém, não se importava com os outros, às vezes perguntava para um e para outro como estavam, mas não dava a mínima para as respostas. Nem a sua mãe, que na verdade não era sua mãe, ele ligava.
Olhava para o céu, seu olhar descia até o mar e parava em seus pés que nessa altura da caminhada já tinha encharcado seus tênis e estavam cobertos de areia.
A idéia de trocar de lado passava em sua mente. Sempre soube que não era uma boa pessoa e não tinha vontade em ser. Antes quando achava que ia para o inferno tinha medo, muito medo. Agora sabendo que não irá sofrer como pensava, não parecia ser ruim, afinal toda vez que a idéia de ir para o céu lhe aparecia, era uma idéia bizarra, não combinava com isso. Não parecia ser o lugar perfeito para ele.
“Droga! O que é que eu to fazendo aqui?!”
Sentia-se frustrado consigo. Nesse momento parou de andar, se virou e viu que o chalé não passava de um ponto minúsculo perdido no horizonte. Olhou para frente e via o final da praia e atrás grandes serras.
“O que será que tem depois dali?”
  Não quis se aventurar apesar de se sentir curioso. Achou melhor voltar para o chalé, sem vontade alguma.
Enquanto voltava lembrou-se de Raquel, queria saber o que tinha lhe acontecido no final e se conseguiram resgatá-la. E lembrou que alguém havia acertado Ledge quem era? Outro anjo? Pela voz não parecia.
Pensando nesses assuntos começou a correr de volta, tinha que saber as respostas.
“Será que acharam outro serafim?”
Abriu a porta do chalé que dava para a cozinha, cansado e sem fôlego. Daniel não estava mais ali agora era Gabriel, sentado a mesa concentrado em algo. Alan sem se importar com o que quer que o anjo olhe começou seu interrogatório.
- Fiquei quatro meses dormindo, o que aconteceu nesse tempo. Resgataram Raquel? Acharam outro serafim? E quem que era o cara que acertou Ledge?
Gabriel levantou o rosto atônito não tinha reparado em Alan até então.
- Bom, é... Não resgatamos Raquel ainda. Esta difícil para nós. Ledge a levou para o inferno, esta bem guardada por muitos demônios. Nem com um grande exercito de arcanjos conseguiríamos entra lá. Estamos pensando com cautela e cuidado no que fazer, já temos alguns planos mas ainda não posso lhe contar...Enquanto aos serafins...É encontramos um por acidente ...Foi quem acertou Ledge...
- Como ele viu toda a guerra? Achei que não pudessem ver... E como sabia em quem acertar?
Gabriel levantou os ombros no sentido de dúvida e por fim disse.
- Humanos não podem ver, mas ele não é um humano, é um anjo... Ele te viu encurralado e simplesmente pegou a espada a acertou seu opressor, mas não sabia quem era Ledge.
- E cadê ele? Tem a graça?
Gabriel mexeu a cabeça dizendo que sim e indicou o sofá na sala, onde tinha uma montanha de cobertores e almofadas que se mexia como uma respiração.
Alan surpreso, nem se quer tinha olhado para o lado da sala naquele dia, ficou tão submerso em seus pensamentos que não olhou direito ao seu redor. Daniel não tinha mencionado nada. Lembrando do anjo, resolveu perguntar.
- O Daniel tá estranho, parece triste. Anjos ficam tristes?
Gabriel ao ouvir essas palavras abaixou os olhos. A expressão de seu rosto que antes estava neutro mudou, agora tinha um ar leve de tristeza.
- Anjos não deveriam ficar tristes. Se passarmos muito tempo perto de humanos, obtemos muita influencia de alguns sentimentos e emoções humanas. Ficamos tempo demais perto de você. Daniel principalmente. Ainda por cima é o caçula, não entende muito das coisas, é o mais fácil de ser influenciado.
Alan se lembrou da cena na praia, quando estava com os três anjos, lembrou que nenhum deles sabia lidar ou entendê-lo. Para ele, eles eram estranhos e sem graça, agora passa a ter certo sentido o modo de agirem perto dele, era a sua influencia direta sobre os anjos.
Ambos ficaram mergulhados em um profundo e melancólico silêncio. Alan não tinha vontade alguma de conversar. Ouviram um ronco alto e nojento vindo de baixo da montanha no sofá. Por um momento tinha se esquecido do novo achado.

G.C.Pezzatto – 16/08/11