junho 27, 2012

Vento ventania




O que se faz quando o vento passa,
O momento em que os olhos se fecham.
E os finos pêlos da face se arrepiam.
Os fios de cabelo que dançam descoordenadamente.

O que penso quando o vento passa,
Que assim como ele,
Quero passar.

 Quando o vento passa,
Leva poucas coisas,
Quase nada de matéria,
Leva meus pensamentos,
Mas não me leva.

Quando o vento passa,
Apenas paro e sinto,
A presença dele,
E o vazio que fica depois.

Quando o vento passa,
Só penso que também quero passar.

G. C. Pezzatto

junho 26, 2012

Quando sonho



Fantasias em tons pastéis,
Cores que nunca vi.
Linhas da vida em gigantes carretéis,
Algo que nunca senti.

Em sonhos doces,
Pintura em aquarela.
Frutas agridoces,
Na estrada amarela.

Meu sonho de quimera,
Não quero acordar.
O que aglomera.
Você que estou a desejar.

G. C. Pezzatto

junho 16, 2012

Lançamento do meu primeiro livro!


Lançar um livro foi riscado da minha lista “Sonhos que as pessoas dizem que você não irá realizar”.
No dia em que o blog completou um ano eu estava em uma editora, com meu livro na mão esperando para saber se iria publicá-lo ou não, e com muita felicidade eu ouvi um sim.
Realmente a palavra sim é a mais bonita de todas...
Por isso que esqueci o aniversário do blog.
A saga para lançar o livro só estava no inicio, antes de assinar qualquer contrato mandei uma cópia do meu livro para a Biblioteca Nacional. Demorei vários meses para assinar o contrato, e ontem foi fechado. Vou lançar meu livro!
Ainda é meio surreal para mim, não caiu completamente a ficha. Porém garanto a vocês que a felicidade já esta estampada no meu rosto.
Dia 18 de agosto estarei na 22ª Bienal Internacional do Livro em São Paulo quem puder dar uma passada lá.
Muitas novidades estão por vir, vou postando no blog sobre o andamento do livro e quando será o lançamento. Só espero que todos possam ir, será muito importante para mim a presença de vocês!

G. C. Pezzatto

junho 10, 2012

Trem




Vejo-me mais uma vez parada na frente desse trem, onde vejo pessoas desembarcarem e embarcarem. Eu fico congelada apenas olhando e nessa brincadeira de querer saber sobre o existencialismo o tempo desacelera tudo passa lento e embaçado em volta de mim, parece até que tira o oxigênio, fica difícil respirar meu peito dói e as vezes acho que nem é pela falta de ar.
Estou sentada olhando um caderno cheio de orelhas com várias páginas arrancadas e sulfites coloridos perdidos no meio no qual nem imagino o motivo de ter colocados ali. Falo de trem metafórico e nem sei se alguém irá entender o que escrevo. No fim das contas tudo volta para o ponto zero, inicio da partida, tanto faz é tudo sobre a minha crise existencialista.
Não é uma dessas crises “Por que existo?”, “Por que as coisas são assim?” essas perguntas que todo mundo já sabe as respostas: Não existem respostas.
É diferente a minha crise, é uma revolta contra o tempo, ele acelera demais para as pessoas boas e quando se pisca a maior parte da vida já se foi, tem pessoas que já se foram...Essa é a minha crise, crise de que a gente existe porém não o suficiente para viver o momento e quando vivemos o tempo voa para bem longe cruzando a linha do horizonte.
Vai ver a existência fez um pacto com o tempo e os dois não podem ser completos no mesmo momento. E com o perdão da palavra: É a gente que se fode!
Tenho 21 e não fiz metade das coisas que todos da minha idade fizeram. Não cometi tantos erros no passado para ser mais forte hoje ou pelo menos um pouco mais sábia. Nunca sai escondido, nunca namorei escondido,  nunca sai para uma balada em outra cidade e nunca cheguei no dia seguinte em casa, nunca fiquei bêbada, nunca fumei (não que quisesse, ainda mais porque sou uma pessoa de pouca sorte, tenho certeza que contraria enfisema pulmonar na primeira tragada que desse) enfim nunca fiz nada no qual olhasse para o passado desse risada e pensasse “Isso foi a coisa mais idiota que já fiz mas ainda bem que fiz!”
Tem pessoas que ao ler  isso irão me considerar fútil, mas tenho certeza que elas já fizeram pelo menos uma coisa citada. Cometer erros desses tipos é subestimado pelas pessoas.
Tenho 21 anos de idade, sempre me comportei bem, nunca fui aluna nota 10 na escola, mas também não fui à pior, nunca tive mais do que 10 amigos (refiro-me a amigos de verdade) ao mesmo tempo e sempre procurei preservar as amizades.  Sempre tentei ser boa pessoa o máximo que conseguia, honesta como meus pais me ensinaram a ser. E como sempre e sempre me fodi.
 Não quero bancar a vitima e se você que esta lendo entendeu isso, não entendeu é nada porque isso é sobre  uma crise existencialista.
Só quero dizer que o tempo passou tão rápido que as vezes ainda sinto ter 16 anos de idade e não é o fato de maturidade mas o fato de não ter cometido esse pequenos e estúpidos erros, parece que fica um buraco que não dá para ser tapado...
Vai ver essa é a minha maneira de ser má, através de papel e caneta. Talvez seja a maneira em que eu erre, e não digo erros gramaticais ou ortográficos (eu sei que tem! Nunca fui 100% em português), mas em relação a idéias, conceitos e sentimentos.
Quem sabe essa crise existencialista não é um erro?
Vou deixar mais uma vez, talvez por esperança, nas mãos do tempo. Quem sabe dessa vez eu não embarque no trem...

G. C. Pezzatto


junho 08, 2012

Sete anos atrás


Eu em 2006!

Quanto tempo se passou, algumas pessoas amadureceram criaram vinculo com outra e cresceram juntas na vida. Outras criaram vários vínculos que não deram certo, mas tentaram, é isso que importa, hoje sabem de coisas e são mais fortes, por conta das vezes em que seus corações foram quebrados.
Sete anos atrás, imaginei a minha vida de certo jeito, visualizei outro alguém do meu lado, não era para ser assim de acordo com os meus planos. Esqueci que a vida também tem seus planos, e na maioria das vezes não são os mesmos que os meus. E tudo o que me restou foi aceitar.
Sete anos atrás imaginava que a essa altura do campeonato, estaria montando planos mais sérios com alguém, dando inicio a uma nova fase na vida. A sete anos atrás imaginei um romance de cinema, me imaginei sentada na varanda do lado o meu marido contando aos nossos netos como nos conhecemos. Há sete anos eu acreditava nisso.
Hoje em dia nem me incomodo tanto com o que estarei fazendo daqui sete anos ou se um dia sentarei na varanda para contar a minha história de amor aos meus netos. Hoje em dia as coisas são mais complicadas e a vida me levou para um caminho tão longe do que sonhei, hoje em dia não acredito mais em romance de cinema, acho bonitinho, mas não acredito.
E nesse dia, essa sexta-feira nublada sem graça e gelada. Parei e lembrei, na verdade foi algo do tipo epifania, de que  2005 foi a tanto tempo e eu mais do que inocentemente sonhava e planejava partes da minha vida no qual não tinha e nem tenho controle. Lembrando de tudo isso me senti um pouco incomodada, voltar no tempo, pensar no que acreditava, dói um pouco, alimenta o vazio no peito. Porém eu ri, quer dizer era só uma adolescente fazendo o que todos os adolescentes fazem: sonhando alto.
Sete anos atrás nada do que sonhava aconteceu. Sem problemas, criei novos sonhos. Afinal não dá para se alimentar do passado e se não aconteceu, não era para acontecer. E se o que sonho hoje vai acontecer? Não sei...
O meu destino já foi traçado e não posso mudá-lo, posso seguir o caminho que quiser, ele será sempre o mesmo, e o que for para acontecer acontecerá de qualquer maneira. O que não posso é parar, o importante é tentar, é lutar pelo que acredito e se hoje esse é o caminho que me faz feliz eu vou! Amanhã posso mudar de idéia ou a vida pode me apresentar um novo plano. Hoje é hoje e eu faço o que acredito.
Vou recordar do que acreditava a sete anos atrás, com carinho aliás, porque vi como cresci, evolui e o quanto que ainda tenho para melhorar.

G. C. Pezzatto


junho 03, 2012

O circo



Olhando o sol pela janela.
Imaginado o circo,
Que irá passar pela rua.

Olhando a rua,
Esperando os palhaços,
Malabaristas e mágicos.

Olhando o relógio,
Esperando a música.
Esperando fantasias.

De sonhos de quimera,
A três luas no céu.
Olhando pela janela,
O circo passar.

G. C. Pezzatto
22/05