setembro 28, 2012

Matrioska




- Tive um sonho estranho ontem.
- Verdade? Sonhou com o que?
- Sabe quando você tem um sonho dentro de outro sonho? Foi um desse tipo.
- Meio bizarro isso não?
-É sim, mas até que fui legal, eu acho... Quer dizer o sonho não sai da minha cabeça.
- Ah é?
- É... Sonhei que estava em uma festa lá do bairro, estava todo mundo e eu fui uma das pessoas que organizaram o barracão. E no final da festa todo mundo saiu do barracão pra conversar só ficou eu e a Marina lá, você se lembra da Marina né?
- Aquela falsa santa por quem...
- Ela mesma! Não precisa falar nada! Enfim... eu estava limpando tudo enquanto ela se aproximava, vinha com aquela  cara de dó que costuma fazer só para os caras terem pena dela, sabe.  E de repente ela começou a me pedir desculpa por tudo que ela havia feito, por todo o problema que causou entre eu e o Gui, e o pior é que ela parecia se sentir culpada mesmo. Eu aceitei o pedido de desculpas dela como se aquilo fosse uma coisa tão simples, era como se ela tivesse apenas quebrado um vaso lindo que havia acabado de comprar... Foi mais ou menos isso que senti no sonho.
- Nossa! Isso só prova que foi sonho mesmo, duvido que na vida real você fosse tão boazinha assim, aceitaria tudo fácil... Qual é! Ele te traiu com ela! Não tem como aceitar isso tão fácil!
- Sei lá... eu conversei com o Gui, e mesmo sentindo um pouco de dor eu o perdoei, acho que é melhor assim, do que ficar com aquela culpa e remorso dentro de mim e outra eu não voltei a ser amiga dele, só perdoei...Voltando ao sonho!
Ela estava quase falando sobre o dia do carro, lembra que eu te contei desse dia?
- Lembro foi o dia que todo mundo descobriu, impossível esquecer como você ficou depois...
- Ta bom! Voltando ao assunto, eu disse a ela que sabia de tudo e que havia visto os dois no carro e que estava tudo bem. Nessa hora não sei o porquê, talvez porque é simplesmente um sonho e coisas estranhas acontecem em sonhos, eu liguei para o Gui... ele estava tocando com a banda, fazendo um show eu contei a ele o que tinha acabado de acontecer.
- E o que ele disse?
-Que era para eu ignorar a Marina, deixar ela pra lá que nem ele queria nada com ela. E de repente ela que estava na minha frente foi sumindo como fumaça e foi aí que me dei conta de que era um sonho, porém eu continuei no telefone com o Gui o que foi estranho e ele falava manso comigo, parecia que não queria desligar a ligação só queria enrolar e enrolar começou a falar que eu deixei um “laçinho” com ele...
- Um “laçinho”? Que isso?
- Aqueles laços de amarrar o cabelo.
-Você chama de “laçinho”? Meio infantil isso.
- E do que você chama? Quer saber, esquece isso! Deixa-me terminar de contar o sonho! Parei na ligação né?
Eu não me lembrava de ter deixado um laçinho com ele e nem estava preocupada com isso, quando eu estava prestes a desligar o telefone tudo a minha volta se evaporou também, dessa vez eu estava na rua de casa e o Gui na minha frente, era de noite, uma noite fria e sem estrelas, só o breu do céu e as luzes amarelas dos postes velhos. . Esses sonhos são tão engraçados, porque eu não estava na casa onde moro estava na casa onde morava quando criança...Eu nem conhecia o Gui...E lá estava ele com um laçinho na mão, já estava desgastado e quase arrebentando e um dos lados do ferro que prende o elástico. Eu realmente não queria saber dele ou daquela coisa velha na mão dele! A  única coisa que me importava era o meu celular, eu olhava e sabia que aquilo tudo era um sonho, mas via o celular vidrada esperando o Dan me ligar...
- Esperando o Dan te ligar? Querida com toda a certeza do mundo era um sonho!
-Pois é, e para esse sonho não preciso estar dormindo não é? O tempo todo sonho isso, o que é uma droga, é sempre eu que ligo para ele, é sempre eu que mando mensagens, é sempre eu que corro atrás... E você que saber se isso me importa? Que se dane! Eu acho que ele vale à pena, vale o risco, não ligo de correr atrás...
- Boa sorte então... e como é que termina o sonho?
- O Gui fica atrás de mim querendo que eu pegue o laçinho e eu andando pela rua com o celular na mão esperando o Dan me ligar. Por fim ele liga e aí eu percebi mais uma vez que eu estava em um sonho, o Gui foi sumindo como fumaça, e eu fiquei sozinha na rua como Dan no celular, eu sabia que era um sonho, mas eu não ligava para nada, me senti feliz comigo mesma, que se danasse  o Gui ou a merda daquele laçinho, por mim ele jogava fora... E foi isso.
- Interessante...
- Você achou mesmo? Eu e os meus relacionamentos frustrados, me atormentando até na hora em que deveria sonhar com relacionamentos ótimos  e tudo dando certo!
- Pra você ver que até os sonhos não são perfeitos...

G. C. Pezzatto

setembro 21, 2012

Vou casar de branco



Vou casar de vestido branco,
Numa capela em um bosque,
Onde tem um riachinho.
Não terá banda nem quarteto de cordas,
Os cantores, um bando de passarinhos.

Vou casar de branco,
E o noivo é um príncipe,
Vestido de azul da cor do céu,
Como em um sonho inesquecível!
Os bons ventos dançando com meu véu.

Vou casar de branco,
E serei feliz,
Com um marido amado.
Em um casamento escondido,
Como em um sonho apaixonado.

G. C. Pezzatto
12/09/12



"Sonhos banhados em romantismo, beijos banhados em idealismo e um coração mergulhado em suspiros"

setembro 09, 2012

A Lei do Amor




Alguns dias atrás, li em um livro de reflexões uma passagem sobre o amor. Na verdade eu abri aleatoriamente e caiu justo nesse texto “A Lei do Amor ”não esperava de maneira alguma esse texto e devo dizer que mexeu comigo.

Uma parte dizia assim:
“... É o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo... ”

Quer dizer que apesar de falarmos que amamos, ainda não “sentimos” o que é o amor, para alguns ainda é um instinto, já para outros é uma sensação. Não posso dizer que não tenha alguém na Terra que não sinta verdadeiramente o amor, o que posso dizer é que a maioria não tem o sentimento, pois para este a pessoa precisa saber amar não uma, ou somente amigos e familiares, ela amará a todos, sem exceções.
E eu sei que ainda não cheguei ao ponto de amar a Humanidade inteira, sem exceções.

“... O homem não tem senão instintos e aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida do que do objetivo.”

E para avançar é preciso vencer esses instintos. Muitas vezes é aquela coisa do “Querer”:
“Eu quero ficar com Fulana”
“Eu quero que seja feliz”

“Os instintos são as germinação e os embriões dos sentimentos; eles carregam o progresso...”

O instinto de dizer “eu quero que você seja feliz” passa para um desejo profundo e quase puro do coração “Desejo que seja feliz”. Você deixa de querer.

“Existem indivíduos que dispensam tesouros do amor, dos quais seus corações transbordam, sobre animais, sobre plantas, e mesmo sobre objetos materiais: espécies de misantropos se queixando da Humanidade em geral, resistindo contra a tendência natural de sua alma que procura, ao seu redor, a afeição e simpatia, eles rebaixam a lei do amor ao estado de instinto.”

Às vezes esquecemos que amar é amar a todos, “o próximo”.
É uma tarefa longa e difícil, porém os otimistas sempre olham o mundo melhor do que ele é, sendo assim não é impossível. Um dia essa tarefa será cumprida.

Amai bastante, a fim de serdes amados. Essas sábias palavras são revolucionárias e seguem um caminho fixo, invariável”.

Dessa grande lição posso colocar um pedacinho em uma simples analogia de que o verdadeiro amor, o sentimento, é como uma bela borboleta, linda voando batendo suas delicadas asas, e mudando de cor conforme o abrir e fechar. Você a admirar, deseja que pouse em seu dedo, que ande em suas mãos, e mesmo desejando você sabe que é muito mais bela voando livremente, dançando com o vento e curtindo o seu pequeno tempo.

E para os que estão a amar alguém em especial:
Deixe livre a quem ama, sem querer que volte, sem querer que lhe ame de volta. Esse é o sentimento, o verdadeiro amor.

G. C. Pezzatto

 "...Aprender você sem te prender comigo
Difícil precisar quanto preciso..."