janeiro 31, 2013

Parte 4 - Um scout sempre ajuda

Oooh leitores que estão acompanhando *.* hehehe espero que estejam gostando. Eu ia postar somente amanhã a parte 4 mas resolvi fazer isso ainda hoje (não aguentei esperar). 




Mais alguns corredores e chegamos ao grande portão de ferro.
O homem parou e virou para nós.
- É aqui que vocês se separam.
Meu coração pulou para a boca, precisava me controlar não podia chorar de maneira alguma.
- Benji...
-Para...
Ele se aproximou colocou suas mãos em meu rosto e me olhou o que para nós pareceu eternos segundos, beijou-me não rapidamente e intenso, mas suavemente, lento.
Sempre foi assim para nós: Lento e suave. Cada movimento ou pensamento, nunca foi intenso como normalmente é entre os casais e sabíamos no fundo que não seria.
Não consigo explicar o quão difícil foi o momento em que parou de me beijar, aquele medo me assolando de vê-lo partir sem saber se voltaria. Só queria segurá-lo, mas não podia, não pude fazer nada.
- Está na hora, boa sorte.
Ele me soltou devagar e foi andando sem olhar para trás acho que para ele era o jeito mais fácil. Posicionou-se na plataforma assim como os outros competidores. De longe dava para ouvir pessoas chorando e mães tentando invadir a plataforma.
Uma mulher não parava de berrar um segurança tentava impedi-la de entrar dizia que se ela tentasse invadir iria matá-la, o desespero a cegou e deixou surda por que ela entrou, no momento em que escapou pelos dedos do segurança em seguida ela caiu e não se mexeu mais, uma poça de sangue estava em volta de sua cabeça.
Quando eles avisam quem vão matar quem tentar invadir ou chorar, não é brincadeira.

- Sem mais delongas, com muita honra, orgulhosamente dou inicio a 41ª Competição dos Jogos Vorazes!
Uma salva de palmas e gritos deu inicio, músicas alegres começaram a tocar enquanto deles entravam no cenário.
Os portões foram fechados não dava para ver mais nada.
Sem pensar eu tentei ir atrás, o homem do headset me seguro.
- Você esta maluca?! Não viu o que aconteceu aquela mulher? Tentei ajudar você até agora e é isso que você faz como agradecimento? Ele esta por conta própria... Fica quieta para de se mexer! Nem comece a chorar... Venha...
Eu não queria ir a lugar algum, estava sem força mal consegui ficar em pé, um vazio se alojou no meu peito eu queria o Benjamin.
Senti algo derretendo dentro de mim, fui ficando lenta, minha visão escurecia e não consegui ouvir mais nada, até que cai em completa escuridão.

Abri meus olhos e só vi um teto mofado com uma lâmpada no fim de seus dias.
Não conseguia mexer direito me sentia mole e tonta.
- Que bom que acordou, com está se sentindo?
Olhei para o lado, vi um computador imenso, a tela estava dividida em quatro partes cada uma monitorando o que parecia um mapa, e lá estavam sete pontos. O homem do headset estava sentado em uma cadeira velha giratória e olhava para mim.
Nada ali fazia sentido, a minha vida deixou de fazer sentido.
-Estou me sentindo fraca e com tontura.
- É normal, já vai passar. Usei um calmante injetável em você, assim que te viram desmaiar acharam que fosse por causa do seu namorado. Te salvei da morte garota.
- Por que você estava com um calmante injetável?
- Por que eu sabia que não seria fácil te impedir de entrar. E seu namorado fez de tudo pra te manter viva até agora, não iria deixar que fosse em vão.
Sentei-me na cama e olhei em volta havia uma pequena mesa no canto com muitos papéis em cima, eram mapas e plantas espalhados por todos os lados.
- E eu não fiz nada para impedir que ele fosse...
- Não é culpa sua, olha se eu fosse ele teria feito exatamente a mesma coisa.
- isso não me ajuda em nada.
- Eu sei, e é por isso que te trouxe pra cá, esse lugar aqui é meu cafofo.
- O que?
- escuta, todos os lugares são monitorados, todas as casa, você sabe disso não?
- Sei.
- Pois bem, muitas pessoas trabalham espiando a vida de outras pessoas. E foi assim a seleção para o Jogo. Espiaram vocês dois, a vida de vocês o modo como se tratam. Sabiam que abalaria se um dos dois fosse escolhido. De inicio escolheram você para ir, mas por terem escolhido quatro outras garotas, Benjamin foi selecionado. Essa historia de dois por distrito acabou, é coisa rápida agora, acabando um jogo já querem começar outro.
- Mas isso é terrível! Como podem fazer uma coisa dessas?
- Infelizmente eles podem, e foi o amor de dois jovens que deram certeza a eles disso. No final do jogo eles querem usar a historia de vocês como exemplo para os outros. Assim quando uma garota for selecionada o namorado irá se voluntariar e depois de morto, a garota entrará no jogo por vingança.
- Eles querem que as pessoas comecem a se voluntariar para matar e morrer?! Isso saiu do controle de um jeito assustador, isso tudo tem que ser parado! Eu tenho que tirar o Benji de lá!
- Exatamente, na America do Norte uma garota se voluntariou para ir no lugar da irmã, eles querem isso aqui no Brasil, Benjamin precisa sair de lá por que a morte dele já esta certa, é o que dará início ao plano deles.
- Não tem como entrar.
- Um civil qualquer não entra mesmo, agora um civil com o mapa certo.
- Por que você esta me dizendo tudo isso?
- Eu projetei o cenário, eu sei cada esconderijo daquele lugar  e onde dá para entrar, cada câmera escondida e todos os ângulos certos para não ser flagrado por elas. O problema é que eu não posso e se eu sumir de repente daqui irão sentir a minha falta...
- Você quer que eu vá.
- Sim! Você ajuda seu namorado e eu te ajudo a sobreviver lá dentro.
- E por que você quer me ajudar? O que você ganha com isso tudo?
- Nada, eu construí vários cenários onde pessoas inocentes morrem, tenho uma grande parcela de culpa de tudo isso. E o que vocês dois tem é algo raro nesse mundo, não merecem essa desgraça, quero que fujam para bem longe, eu tenho outro mapa que pode ajudar vocês a se esconderem.
- Eu preciso tirar o Benji de lá eu disse a ele que daria um jeito...
- Eu te ajudo, suas chances serão maiores. Serei seu scout.
- O que?
- Seu vigia, guarda explorador... Você usa um headset desses e eu vou te guiando, mostrarei os locais com armas, comidas e os ângulos certos para você se esconder, e principalmente está vendo esse ponto aqui?
Ele apontou para uma das divisões do computador, um ponto em azul com a letra B4.
- É o Benji não é?
- Exato, eu te levo até ele. E então topa?
- Eu não tenho escolha tenho?
- Não muitas.
- Me diz mais uma coisa...
- o que?
- Você tem um kit de sobrevivência guardado por ai?

Parte 3 - O Início do Jogo




Ele não estava bem, aquele não era seu normal. Calado, com um olhar perdido no meio de uma expressão de raiva que beirava o vazio. O vazio de talvez não ter mais um destino.
O modo como ele falou com o mestre de cerimônias beirava a insano, acho que foi por isso que permitiram a minha presença. Um louco para o Jogo deles seria extraordinário para os telespectadores.

Subimos para o quarto que era imenso. Terrivelmente belo, a decoração era a mesma do Hall de entrada. Colocaram as nossas mochilas em um sofá ao pé da cama.
Benjamin não falou uma palavra depois daquela cena com o mestre de cerimônias. Ele foi até a janela, a vista não era bonita, dava para os escombros do cenário do Jogo, ele olhou por um bom tempo. Fiquei sentada na cama sem a menor vontade de conversar, nada daquilo era justo conosco, com ninguém. Talvez fosse a ultima noite dele ou não, se o destino deu um tempo a mais ao Benji não sei a única coisa que posso dizer é que até agora esse tal de destino foi perverso.
Apesar de o quarto ser lindo, nossa noite foi mal dormida não conseguíamos fechar os olhos e descansar acordávamos assustados e como sempre calados.

No dia seguinte serviram o café em nosso quarto e nos disseram que deveríamos permanecer ali até alguém do programa aparecer para nos levar ao estúdio.

Quando os Jogos surgiram na America do Norte era para ser um tipo de homenagem as guerras do passado. Mas o lado ruim da humanidade transformou em algo sensacionalista e repercutiu no mundo inteiro. O Brasil sempre foi conhecido como o país de jogos ou de programas sensacionalistas, os Jogos Vorazes foi um prato cheio. No meio de tanta corrupção e violência um louco se tornou presidente, era um ex-militar que servia para ajudar nas guerras de outros países, viu muitas guerras e cada vez que voltava se tornava mais violento, ninguém conseguia impedi-lo, não sei como toda a bagunça do nosso país permitiu um homem como aquele ser presidente e não sei como ele se elegeu, provavelmente por debaixo do pano.
Ele aumentou o nível de violência entre traficantes e policiais, usava dinheiro publico para comprar armas para os militares acabarem com as favelas. Em menos de um ano metade de metrópoles foram devastadas. As fronteiras do Brasil foram fechadas e bem armadas ninguém mais saia e ninguém mais entrava. Forças humanitárias de fora no inicio da chacina tentaram impedir, mas foi em vão e logo desistiram de nós.
Depois que assumiu a presidência fazia discursos elogiando os Jogos vorazes que até ali, já haviam tomado o que antes era a Europa  e o Continente Africano. Sem democracia ou decisão unânime os Jogos Vorazes nasceram em um país alienado e abandonado pelo resto de humanidade que se escondia em algum lugar do globo terrestre.
Cidades devastadas, câmeras instaladas em todos os lugares, os Jogos não são homenagem e sim um programa de entretenimento. Não existia treino e nem patrocinadores, era um kit de sobrevivência e algumas armas ficavam espalhadas pelo cenário.
Conforme os anos passavam, cada presidente tinha a veia de louco assassino. E agora estamos na  40ª Competição dos Jogos Vorazes, onde as regras nem sempre são regras, e as pessoas são apenas mais uma peça da chacina.

Disseram que eu podia acompanhá-lo até a plataforma onde ele e os outros seis campeões entrariam para o cenário.
Estávamos no quarto deitados na cama preparados para quando chamarem.
- Benji... Eu...Sinto muito...Não queria que você fosse, eu queria ter ido no seu lugar, se tivessem permito eu iria...
- Não... Eu não aceitei a troca, por isso eles recusaram você acha que eu conseguiria ficar sentado vendo o Jogo enquanto você poderia ser morta a qualquer momento?
- E você acha que eu vou conseguir fazer isso?! Você está maluco! Benji eu vou te tirar de lá, eu vou dar um jeito...
- Para com isso! Não tem como, você pode acabar morta só de chorar e me segurar lá na plataforma. Por favor, se controla, eu vou voltar, eu vou dar um jeito de voltar e... Que droga, não chora, por favor...
Já não conseguia mais me controlar, eram meus últimos minutos com ele e não podia chorar.
Bateram na porta, três vezes e depois uma voz masculina chamou pelo Benjamin. Um homem bem magro de mais ou menos uns 30 anos entrou, ele usava um macacão cinza e um boné da mesma cor, usava um headset. Olhou para nós, ele não era igual aos outros dali, tinha um olhar diferente e sua voz era baixa porém firme. Parecia que não gostava muito do que fazia.
- Está na hora de descer para o estudio, está pronto?
Benjamin se levantou pegou o kit que era basicamente uma mochila com algumas rações, uma corda, um revolver de calibre 38. , e munições. Ele olhou para mim e dessa vez eu vi que não tinha jeito chegou a hora.
- Sim.
- Então me acompanhe, por favor.
Descemos pelo elevador em silencio que já tinha se tornado uma estranha companhia.
- Vou levá-lo até a porta do estúdio, lá você vai entrar para dar uma entrevista rápida e depois eu vou acompanhá-lo até o portão da plataforma.
Falando isso ele se virou para mim.
- E você vai ficar o tempo todo do meu lado sem chorar beleza? E vai obedecer se quiser passar mais uns minutos com ele... Vai ter pessoas demais morrendo sem necessidade, por favor não seja mais uma.
Ele realmente não gostava do que fazia.
- Sim senhor.
 Passamos por alguns corredores, até que o homem fez sinal para eu parar ele levou o Benji até uma cortina azulada, conversou com ele por alguns minutos com uma expressão muito séria e então o Benjamin entrou e nesse momento apenas ouvi aplausos e gritos.
- Benjamin Malaresi! Pelo visto o favorito de muitas garotas não? Ouvi boatos de fã clubes  meu rapaz. É acho que a torcida para você é grande...
A entrevista continuou por um tempo, Benji parecia aceitar tudo que o mestre de cerimônias falava o que era estranho, parecia simpático. Eu não conseguia ver nada só ouvia as vozes. Meus estomago revirava de certo modo não queria que a entrevista terminasse, era mais seguro o Benji ali sem ao menos poder vê-lo do que poder vê-lo no meio do Jogo.
- Ele está se comportando bem, é bom saber que me ouviu.
- Você disse para ele se comportar assim?
- Claro, se ele quisesse ver você depois da entrevista essa era a única maneira.
- Obrigada.
- Por nada.

- E esse foi Benjamin malaresi, senhoras e senhores! Vamos agora para a plataforma dar inicio ao nosso Jogo!

janeiro 30, 2013

Parte 2 - O Hotel Brisa da Alvorada


Leitores lindos e maravilhosos! essa é a segunda parte da Fanfic sem nome. rsrs 




Não esperávamos aquele anuncio, fazia apenas duas semanas que os jogos acabaram os corpos mal haviam sidos enterrados.
“Os campeões dirijam-se à BRISA DA ALVORADA nosso hotel, e estúdio para as demais informações”
 O estado de choque pairou no ar, todos o olhavam com condolências, as risadas pareciam uma lembrança distante.
- Benji... Eu disse minha voz mal saía.
Coloquei a minha mão em seu ombro no sentido de aliviá-lo, pois eu ainda estava ali, porém ele cedeu um pouco ao toque.
Ele não me respondeu, ainda estava olhando fixo o chão.
 Uma tortura para nós dois.

Na manhã seguinte ele não comeu nada nem sequer conversou comigo. Passei a noite do seu lado esperando alguma reação, mas nada aconteceu e isso me deixou mais preocupada ainda. Será que esta se entregando sem antes tentar lutar?
Fui com ele para o hotel Brisa Da Alvorada,  uma multidão imensa estava  na porta esperando os campeões, assim que o viram foi difícil conseguir entrar com ele, tentaram nos separar varias vezes ele segurou firme a minha mão mesmo não demonstrando nenhum tipo de emoção.
Nunca tinha entrado no hotel era imenso, cheio de lustres com correntes de diamantes pérolas, os sofás espalhados por todos os lados com veludo vermelho, as paredes revestidas de espelhos com molduras de ouro, os pilares dourados com anjos segurando dizeres em latim, não faço idéia do que estava escrito.
Algumas crianças estavam de pé, com um dos seus familiares do lado chorando, seguranças em volta para se caso uma delas tentassem fugir.
- Benjamin Malaresi?
Benji se assustou ao ouvir a voz grossa de um segurança.
- Sim.
- Por aqui.
Meu coração acelerado parecia que queria fugir pela boca, segurei mais firme ainda em sua mão, seguimos o guarda ele nos levou para outra sala e lá estava o mestre de cerimônias.
Cada vez ele usava um nome diferente, mas com o mesmo estilo de roupa extravagante, dessa vez usava um terno dourado, com seu topete azul.
- Benjamin!
Ele disse mostrando um a cadeira a sua frente para o Benji sentar.
- Vejo que veio com uma acompanhante.
Ele  me olhou dos pés a cabeça, não sei se no inicio foi pena de ver a minha roupa em trapos, e juro que usei o melhor que tinha, talvez fosse nojo mesmo. Quem sabe ele só  vê as pessoas como brinquedos de guerra.
- sou namorada dele.
Não permitiria me ridicularizarem, respondi de prontidão  antes que o Benjamin pudesse abrir a boca.
- Hm, muito bem então.(Ele ignorou a minha resposta) Essa enfermeira irá colocar o localizador em você, portanto não se assuste, essa noite você passará aqui no hotel, terá a refeição que desejar, por que digamos de passagem que nunca se sabe quem irá voltar não é mesmo?
“Quem ele pensa que é falando assim? Cadê aquele ar simpático que mostrava na frente das câmeras? Não é surpresa a verdadeira face”
Benjamin sentou-se na cadeira, a enfermeira introduziu através de uma agulha o localizador. E eu assisti aquilo tudo segurando o choro, se Benji consegue eu também consigo. Levantou- se e olhou para o mestre de cerimônias.
- Ela fica comigo hoje.
Ele olhou surpreso não esperava aquelas palavras.
- Oh, desculpe mas não é permitido acompanhante.
- Vocês sempre mudam as regras do jogo, inventam coisas para os “campeões” enfrentarem como se fossem espólios. Você mesmo disse que posso ter o que quero hoje por não saberem se voltarei ou não, então eu quero ela! Não sou voluntário para esse jogo, vocês me obrigaram, então me deem o mínimo que mereço. Não preciso de comida cara ou o que for meu ultimo desejo é ela do meu lado. Fui claro?


janeiro 29, 2013

Uma outra fanfic


Olá meus adoráveis leitores!
Sonhadores para todas as horas!
Vou compartilhar um sonho que tive uns dias atrás e que ainda não me saiu da cachola ;) hehe o sonho se tornou mais ou menos uma fanfic dos Jogos Vorazes (que aliás não terminei de assistir e nem li o livro para minha tristeza L).Claro que mudei algumas coisas e acrescentei outras,  e que no fim não tem muito haver com o Jogos Vorazes de verdade, não sou lá boa escritora.Enfim, essa é só a primeira parte e espero que gostem!



Foi tudo rápido e assustador.
Estávamos na casa do Benjamin, sentados no chão do pequeno quintal cimentado e sem graça, com amigos as risadas nos ajudavam a esquecer todas aquelas câmeras que nos filmavam, ajudavam a esquecer que não se tinha mais uma vida controlada por nossos atos, agora vivíamos em função das elites.

Mas antes de contar à história que não é sobre mim e sim sobre Benjamin. Preciso explicar a nossa realidade.

Há muito tempo o mundo inteiro deixou de ser mundo, as pessoas deixaram de se compadecer com o próximo. A partir da extinção da América do Norte transformada em distritos, nasceram os jogos vorazes.
Não demorou muito para o mundo inteiro passar a adotar o mesmo regime, todos os países de sua maneira, uma mais primitiva do que a outra,  por todos os lados haviam jogos vorazes um atrás do outro. No Brasil foi mais extremista câmeras foram estaladas dentro das casas, não existe “pobreza” todas as casas são iguais agora, todos trabalham em função dos jogos vorazes. Não existe mais comida e sim uma ração que são dadas para as famílias. As elites, aqueles que antes de tudo mudar já eram considerados ricos e devo dizer que são poucos, mas que conseguem fazer a cabeça da população. Apesar de o Brasil ser um país grande era pouco os distritos, eram sete, não tinha faixa etária, qualquer um podia ser escolhido.
Cidades foram destruídas e cenários foram construídos e no meio da desgraça, um hotel de luxo, onde o mestre de cerimônia fica quando  faz a sua visita e o programa acontece.

Meus pais e irmãos trabalharam até não agüentar mais, e foi exatamente isso que aconteceu...
Por muito tempo fiquei sozinha com medo de me acharem e por não ter ninguém, ser escolhida. Até que Benjamin me encontrou, em uma das casas vazias do cenário.
Nesse mundo assassino ver alguém por perto te faz correr e se esconder ao invés de pedir ajuda. Com ele foi diferente, suave e lento.
Estava tão cansada, fazia dias que não comia, não tinha força para me esconder. Ele me viu em um canto da parede e foi até mim. Era um garoto simples e comum, seus cabelos negros eram curtos e bagunçados. E os olhos mais vivos que já vi, me trouxeram algo que a muito tinha esquecido, não sentia e nem me lembrava do nome mais, seus olhos azuis me trouxeram esperança. Se o mundo realmente some a nossa volta não posso garantir, mas nada desse mundo cruel existia naquele momento, nada. Estendeu a mão para mim e eu segurei.
Ele me tirou de lá e levou para sua casa, não tinha ninguém também, morava com sua avó mas ela tinha acabado de falecer, estava sozinho a alguns meses.
Acho que foi um alivio para ambos esse encontro. Refizemos as nossas vidas e cuidávamos da casa que tinha sobrado para nós. E cada vez que me assustava ou me sentia fraca com vontade de desistir quando uma nova seleção para os Jogos começava, eu me lembrava do dia em que ele me encontrou,   e de como ele me tirou de lá segurando a minha mão. E então eu seguro sua mão até hoje.

E como eu disse, foi rápido e assustador...
Benjamin tinha acabado de contar uma piada e nós riamos cheios de felicidade, eu particularmente pois na noite anterior havíamos conversado sobre nosso futuro,  foi a primeira vez que vi um futuro com alguém, a primeira vez que eu quis um futuro.
E então, um alarme estridente disparou tão alto por todas as ruas. Aquilo nunca tinha acontecido antes e de repente parou, a voz do mestre de cerimônias começou a falar com seu tom de comediante e excitação.
“Pessoas vitoriosas, sobreviventes desse tempo! Com muita honra e com orgulho anuncio, a vocês as mudanças do nosso Jogo, hoje escolheremos os nossos campeões! Cada distrito não escolherá mais! Um sorteio geral acontecerá através das nossas câmeras. E os campeões são...”
Meu estômago embrulhou nada parecia real, as vozes e sons foram se afastando,  não conseguia enxergar muito bem, tudo parecia um borrão, então olhei para o Benjamin e só nele algo parecia certo e firme.
“Benjamin  Malaresi!”
Não!
Foi à única coisa que pensei não o Benjamin, ele era a única pessoa que eu tinha.
O tempo passou lento depois daquele momento, nossos movimentos e pensamentos levaram minutos para serem concluídos.
Olhei para ele e me partiu o coração. Estava do meu lado, branco com seus olhos claros perdidos  na incompreensão do que foi anunciado, olhava fixo o chão, sua respiração ficou tão profunda que conseguia sentir o esforço que fazia, sua caixa torácica expandia lentamente.
Meu Benji. Não partiram apenas o meu coração, foram além...

janeiro 01, 2013

Jardim Encantado


Essa é uma poesia do livro MEIA VIDA, VIDA INTEIRA.


Rosas vermelhas,
Rosas brancas como marfins.
Anêmonas, violetas e margaridas,
Girassóis, orquídeas e jasmins.

Borboletas azuis,
Vermelhas, brancas e rosas.
Paisagem romântica,
Para românticas prosas.

E perdido no meio,
Do jardim encantado.
Encontrava-se o menino,
Poeta tímido, calado.

Que de olhos fechados,
Sentia o amor florescer.
Sentia o mundo inteiro,
Em cada pequeno ser.

Em sua tranqüilidade,
Novos sonhos surgiam.
Mais e mais e mais,
Que escapavam e fugiam.

Ele não precisava buscar,
O que foi pensado.
Ele estava na companhia de Deus,
E de tudo que por ele foi criado.

G. C. Pezzatto
24/02/12

FELIZ ANO NOVO!