Embaixo do sol quente, nessa
fila imensa se pensa nas decisões que tomamos. Pois se pode escolher não estar
ali perdendo esse tempo todo e sim aproveitar o tempo fazendo outras coisas,
são escolhas e devemos arcar com as consequências.
Sendo assim a fila que não
anda tão devagar mas também não tão rápida como nossas expectativas, e que
idosos e gestantes não podem ficar, contribui para que o nervosismo da decisão
de seguir em frente aumente e não dê tanto tempo para refletir sobre o que irá
acontecer ou como vai acontecer. E se ouve, gritos talvez de nervoso, pânico ou
podem ser risadas de que tudo deu certo e foi tudo bem.
Portanto, esperar na fila e
observar a ansiedade das pessoas antes e depois faz pensar como irei reagir ao
chegar no final dela, cada um carrega sua história e singularidades, e as
reações nunca são as que esperamos, e nessa fila que segue e me aproxima cada
vez mais da hora final, não sei o que esperar.
Então eu subo e espero o
sinal verde, agora não tem como recusar e dizer não, sento e não vejo nada. E
lá vou eu! Tudo acontece tão rápido e não sei se o gelo é da descida ou de
medo, mas enquanto faço as curvas fecho os olhos porque talvez essa reação
involuntária me passe uma segurança maior, a decisão que não tem mais volta e
que está quase no final, e então o baque, a sensação de afundar cada vez mais e
nunca chegar ao chão e a água gelada que me cerca alivia a adrenalina da
descida.
E por fim, depois de voltar
a superfície e ver as pessoas a minha volta, eu me pergunto novamente: Será que
eu vou de novo no tobogã ou só curto a piscina?
Djo Cezare
2018