Então contei
a ela toda a historia de Romeu e Julieta, de Branca de Neve ou um outro conto
qualquer.
Ela me
olhava hipnotizada, sua boca aberta. Não acreditou na primeira vez, questionou
na segunda, e só aceitou na terceira porque meu rosto estava ficando vermelho e lágrimas se formavam em meus olhos.
Quem conta
um conto, sempre deixa algum detalhe escapar, e exagera em outro, só para que a
história se torne mais dramática. E para que te olhem hipnotizados e de queixo caído.
Fez-se um
breve silêncio onde só o meu nariz fazia barulho. Nem Carolina conseguia me
dizer, ela me conhecia desde pequena, me carregava no colo e trocava a minha
fralda. Olhava-me assustada mas sem surpresa, sabia que uma hora a minha ficha
iria cair.
Olhou para
mim piscando várias vezes. Ficou visível que estava pensando no que me dizer.
Ansiosa
aguardava a resposta dela. Comecei a soluçar, sabe, não é fácil ver o tempo
passar cutucando uma ferida aberta...
Ela segurou
meus braços enquanto emitia alguns barulhos, parecia que sua voz não queria sair.
E com muita cautela para não partir mais ainda um coração recém-quebrado. Disse-me:
- Querida,
era tão óbvio que isso iria acontecer. Mas o amor, cega a gente... Se conforme
meu anjo, príncipes não existem... Minha criança, tão jovem para sofrer uma
desilusão.
Foi isso que
me disse e tudo passou a fazer mais sentido.
Ainda dói,
admito. Mas já não me incomodo se o Pedrinho resolveu dividir o seu último Bis
na hora do recreio com a Aninha ao invés de mim.
G.C.Pezzatto
– 15/09/11
"Aaaah o amor...Não existe uma idade certa para entendermos o amor. Porque no fundo não vamos entendê-lo."
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