setembro 16, 2011

Desilusão Amorosa




Então contei a ela toda a historia de Romeu e Julieta, de Branca de Neve ou um outro conto qualquer.
Ela me olhava hipnotizada, sua boca aberta. Não acreditou na primeira vez, questionou na segunda, e só aceitou na terceira porque meu rosto estava ficando vermelho e lágrimas se formavam em meus olhos.
Quem conta um conto, sempre deixa algum detalhe escapar, e exagera em outro, só para que a história se torne mais dramática. E para que te olhem hipnotizados e de queixo caído.
Fez-se um breve silêncio onde só o meu nariz fazia barulho. Nem Carolina conseguia me dizer, ela me conhecia desde pequena, me carregava no colo e trocava a minha fralda. Olhava-me assustada mas sem surpresa, sabia que uma hora a minha ficha iria cair.
Olhou para mim piscando várias vezes. Ficou visível que estava pensando no que me dizer.
Ansiosa aguardava a resposta dela. Comecei a soluçar, sabe, não é fácil ver o tempo passar cutucando uma ferida aberta...
Ela segurou meus braços enquanto emitia alguns barulhos, parecia que sua voz não queria sair. E com muita cautela para não partir mais ainda um coração recém-quebrado.  Disse-me:
- Querida, era tão óbvio que isso iria acontecer. Mas o amor, cega a gente... Se conforme meu anjo, príncipes não existem... Minha criança, tão jovem para sofrer uma desilusão.
Foi isso que me disse e tudo passou a fazer mais sentido.
Ainda dói, admito. Mas já não me incomodo se o Pedrinho resolveu dividir o seu último Bis na hora do recreio com a Aninha ao invés de mim.

G.C.Pezzatto – 15/09/11

"Aaaah o amor...Não existe uma idade certa para entendermos o amor. Porque no fundo não vamos entendê-lo."

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