Lançar um livro foi riscado da minha lista “Sonhos que as
pessoas dizem que você não irá realizar”.
No dia em que o blog completou um ano eu estava em uma
editora, com meu livro na mão esperando para saber se iria publicá-lo ou não, e
com muita felicidade eu ouvi um sim.
Realmente a palavra sim é a mais bonita de todas...
Por isso que esqueci o aniversário do blog.
A saga para lançar o livro só estava no inicio, antes de
assinar qualquer contrato mandei uma cópia do meu livro para a Biblioteca
Nacional. Demorei vários meses para assinar o contrato, e ontem foi fechado.
Vou lançar meu livro!
Ainda é meio surreal para mim, não caiu completamente a
ficha. Porém garanto a vocês que a felicidade já esta estampada no meu rosto.
Dia 18 de agosto estarei na 22ª Bienal Internacional do
Livro em São Paulo quem puder dar uma passada lá.
Muitas novidades estão por vir, vou postando no blog sobre o
andamento do livro e quando será o lançamento. Só espero que todos possam ir,
será muito importante para mim a presença de vocês!
Vejo-me mais
uma vez parada na frente desse trem, onde vejo pessoas desembarcarem e
embarcarem. Eu fico congelada apenas olhando e nessa brincadeira de querer
saber sobre o existencialismo o tempo desacelera tudo passa lento e embaçado em
volta de mim, parece até que tira o oxigênio, fica difícil respirar meu peito dói
e as vezes acho que nem é pela falta de ar.
Estou sentada
olhando um caderno cheio de orelhas com várias páginas arrancadas e sulfites
coloridos perdidos no meio no qual nem imagino o motivo de ter colocados ali. Falo
de trem metafórico e nem sei se alguém irá entender o que escrevo. No fim das
contas tudo volta para o ponto zero, inicio da partida, tanto faz é tudo sobre
a minha crise existencialista.
Não é uma
dessas crises “Por que existo?”, “Por que as coisas são assim?” essas perguntas
que todo mundo já sabe as respostas: Não existem respostas.
É diferente
a minha crise, é uma revolta contra o tempo, ele acelera demais para as pessoas
boas e quando se pisca a maior parte da vida já se foi, tem pessoas que já se
foram...Essa é a minha crise, crise de que a gente existe porém não o suficiente
para viver o momento e quando vivemos o tempo voa para bem longe cruzando a
linha do horizonte.
Vai ver a existência
fez um pacto com o tempo e os dois não podem ser completos no mesmo momento. E com
o perdão da palavra: É a gente que se fode!
Tenho 21 e
não fiz metade das coisas que todos da minha idade fizeram. Não cometi tantos
erros no passado para ser mais forte hoje ou pelo menos um pouco mais sábia. Nunca
sai escondido, nunca namorei escondido,
nunca sai para uma balada em outra cidade e nunca cheguei no dia
seguinte em casa, nunca fiquei bêbada, nunca fumei (não que quisesse, ainda
mais porque sou uma pessoa de pouca sorte, tenho certeza que contraria enfisema
pulmonar na primeira tragada que desse) enfim nunca fiz nada no qual olhasse
para o passado desse risada e pensasse “Isso foi a coisa mais idiota que já fiz
mas ainda bem que fiz!”
Tem pessoas
que ao ler isso irão me considerar
fútil, mas tenho certeza que elas já fizeram pelo menos uma coisa citada. Cometer
erros desses tipos é subestimado pelas pessoas.
Tenho 21
anos de idade, sempre me comportei bem, nunca fui aluna nota 10 na escola, mas
também não fui à pior, nunca tive mais do que 10 amigos (refiro-me a amigos de
verdade) ao mesmo tempo e sempre procurei preservar as amizades. Sempre tentei ser boa pessoa o máximo que
conseguia, honesta como meus pais me ensinaram a ser. E como sempre e sempre me
fodi.
Não quero bancar a vitima e se você que esta
lendo entendeu isso, não entendeu é nada porque isso é sobre uma crise existencialista.
Só quero
dizer que o tempo passou tão rápido que as vezes ainda sinto ter 16 anos de
idade e não é o fato de maturidade mas o fato de não ter cometido esse pequenos
e estúpidos erros, parece que fica um buraco que não dá para ser tapado...
Vai ver essa
é a minha maneira de ser má, através de papel e caneta. Talvez seja a maneira
em que eu erre, e não digo erros gramaticais ou ortográficos (eu sei que tem! Nunca
fui 100% em português), mas em relação a idéias, conceitos e sentimentos.
Quem sabe
essa crise existencialista não é um erro?
Vou deixar
mais uma vez, talvez por esperança, nas mãos do tempo. Quem sabe dessa vez eu
não embarque no trem...
Quanto tempo
se passou, algumas pessoas amadureceram criaram vinculo com outra e cresceram
juntas na vida. Outras criaram vários vínculos que não deram certo, mas
tentaram, é isso que importa, hoje sabem de coisas e são mais fortes, por conta
das vezes em que seus corações foram quebrados.
Sete anos
atrás, imaginei a minha vida de certo jeito, visualizei outro alguém do meu
lado, não era para ser assim de acordo com os meus planos. Esqueci que a vida
também tem seus planos, e na maioria das vezes não são os mesmos que os meus. E
tudo o que me restou foi aceitar.
Sete anos
atrás imaginava que a essa altura do campeonato, estaria montando planos mais
sérios com alguém, dando inicio a uma nova fase na vida. A sete anos atrás
imaginei um romance de cinema, me imaginei sentada na varanda do lado o meu
marido contando aos nossos netos como nos conhecemos. Há sete anos eu
acreditava nisso.
Hoje em dia
nem me incomodo tanto com o que estarei fazendo daqui sete anos ou se um dia
sentarei na varanda para contar a minha história de amor aos meus netos. Hoje
em dia as coisas são mais complicadas e a vida me levou para um caminho tão
longe do que sonhei, hoje em dia não acredito mais em romance de cinema, acho bonitinho,
mas não acredito.
E nesse dia,
essa sexta-feira nublada sem graça e gelada. Parei e lembrei, na verdade foi
algo do tipo epifania, de que 2005 foi a
tanto tempo e eu mais do que inocentemente sonhava e planejava partes da minha
vida no qual não tinha e nem tenho controle. Lembrando de tudo isso me senti um
pouco incomodada, voltar no tempo, pensar no que acreditava, dói um pouco,
alimenta o vazio no peito. Porém eu ri, quer dizer era só uma adolescente
fazendo o que todos os adolescentes fazem: sonhando alto.
Sete anos atrás
nada do que sonhava aconteceu. Sem problemas, criei novos sonhos. Afinal não dá
para se alimentar do passado e se não aconteceu, não era para acontecer. E se o
que sonho hoje vai acontecer? Não sei...
O meu
destino já foi traçado e não posso mudá-lo, posso seguir o caminho que quiser,
ele será sempre o mesmo, e o que for para acontecer acontecerá de qualquer
maneira. O que não posso é parar, o importante é tentar, é lutar pelo que
acredito e se hoje esse é o caminho que me faz feliz eu vou! Amanhã posso mudar
de idéia ou a vida pode me apresentar um novo plano. Hoje é hoje e eu faço o
que acredito.
Vou recordar do que acreditava a sete anos atrás, com carinho aliás, porque vi como cresci, evolui e o quanto que ainda tenho para melhorar.