Mais alguns
corredores e chegamos ao grande portão de ferro.
O homem
parou e virou para nós.
- É aqui que
vocês se separam.
Meu coração
pulou para a boca, precisava me controlar não podia chorar de maneira alguma.
- Benji...
-Para...
Ele se aproximou
colocou suas mãos em meu rosto e me olhou o que para nós pareceu eternos
segundos, beijou-me não rapidamente e intenso, mas suavemente, lento.
Sempre foi
assim para nós: Lento e suave. Cada movimento ou pensamento, nunca foi intenso
como normalmente é entre os casais e sabíamos no fundo que não seria.
Não consigo
explicar o quão difícil foi o momento em que parou de me beijar, aquele medo me
assolando de vê-lo partir sem saber se voltaria. Só queria segurá-lo, mas não
podia, não pude fazer nada.
- Está na
hora, boa sorte.
Ele me
soltou devagar e foi andando sem olhar para trás acho que para ele era o jeito
mais fácil. Posicionou-se na plataforma assim como os outros competidores. De
longe dava para ouvir pessoas chorando e mães tentando invadir a plataforma.
Uma mulher
não parava de berrar um segurança tentava impedi-la de entrar dizia que se ela
tentasse invadir iria matá-la, o desespero a cegou e deixou surda por que ela
entrou, no momento em que escapou pelos dedos do segurança em seguida ela caiu
e não se mexeu mais, uma poça de sangue estava em volta de sua cabeça.
Quando eles
avisam quem vão matar quem tentar invadir ou chorar, não é brincadeira.
- Sem mais delongas, com muita honra, orgulhosamente
dou inicio a 41ª Competição dos Jogos Vorazes!
Uma salva de
palmas e gritos deu inicio, músicas alegres começaram a tocar enquanto deles entravam
no cenário.
Os portões
foram fechados não dava para ver mais nada.
Sem pensar
eu tentei ir atrás, o homem do headset me seguro.
- Você esta
maluca?! Não viu o que aconteceu aquela mulher? Tentei ajudar você até agora e
é isso que você faz como agradecimento? Ele esta por conta própria... Fica
quieta para de se mexer! Nem
comece a chorar... Venha...
Eu não queria ir a lugar algum, estava
sem força mal consegui ficar em pé, um vazio se alojou no meu peito eu queria o
Benjamin.
Senti algo derretendo dentro de mim,
fui ficando lenta, minha visão escurecia e não consegui ouvir mais nada, até
que cai em completa escuridão.
Abri meus olhos e só vi um teto mofado
com uma lâmpada no fim de seus dias.
Não conseguia mexer direito me sentia
mole e tonta.
- Que bom que acordou, com está se
sentindo?
Olhei para o lado, vi um computador
imenso, a tela estava dividida em quatro partes cada uma monitorando o que
parecia um mapa, e lá estavam sete pontos. O homem do headset estava sentado em
uma cadeira velha giratória e olhava para mim.
Nada ali fazia sentido, a minha vida
deixou de fazer sentido.
-Estou me sentindo fraca e com
tontura.
- É normal, já vai passar. Usei um
calmante injetável em você, assim que te viram desmaiar acharam que fosse por
causa do seu namorado. Te salvei da morte garota.
- Por que você estava com um calmante
injetável?
- Por que eu sabia que não seria fácil
te impedir de entrar. E seu namorado fez de tudo pra te manter viva até agora,
não iria deixar que fosse em vão.
Sentei-me na cama e olhei em volta
havia uma pequena mesa no canto com muitos papéis em cima, eram mapas e plantas
espalhados por todos os lados.
- E eu não fiz nada para impedir que
ele fosse...
- Não é culpa sua, olha se eu fosse
ele teria feito exatamente a mesma coisa.
- isso não me ajuda em nada.
- Eu sei, e é por isso que te trouxe
pra cá, esse lugar aqui é meu cafofo.
- O que?
- escuta, todos os lugares são
monitorados, todas as casa, você sabe disso não?
- Sei.
- Pois bem, muitas pessoas trabalham
espiando a vida de outras pessoas. E foi assim a seleção para o Jogo. Espiaram
vocês dois, a vida de vocês o modo como se tratam. Sabiam que abalaria se um
dos dois fosse escolhido. De inicio escolheram você para ir, mas por terem escolhido quatro outras garotas, Benjamin foi selecionado. Essa historia de dois por
distrito acabou, é coisa rápida agora, acabando um jogo já querem começar
outro.
- Mas isso é terrível! Como podem
fazer uma coisa dessas?
- Infelizmente eles podem, e foi o
amor de dois jovens que deram certeza a eles disso. No final do jogo eles querem
usar a historia de vocês como exemplo para os outros. Assim quando uma garota
for selecionada o namorado irá se voluntariar e depois de morto, a garota
entrará no jogo por vingança.
- Eles querem que as pessoas comecem a
se voluntariar para matar e morrer?! Isso saiu do controle de um jeito
assustador, isso tudo tem que ser parado! Eu tenho que tirar o Benji de lá!
- Exatamente, na America do Norte uma
garota se voluntariou para ir no lugar da irmã, eles querem isso aqui no
Brasil, Benjamin precisa sair de lá por que a morte dele já esta certa, é o que
dará início ao plano deles.
- Não tem como entrar.
- Um civil qualquer não entra mesmo,
agora um civil com o mapa certo.
- Por que você esta me dizendo tudo
isso?
- Eu projetei o cenário, eu sei cada
esconderijo daquele lugar e onde dá para
entrar, cada câmera escondida e todos os ângulos certos para não ser flagrado
por elas. O problema é que eu não posso e se eu sumir de repente daqui irão
sentir a minha falta...
- Você quer que eu vá.
- Sim! Você ajuda seu namorado e eu te
ajudo a sobreviver lá dentro.
- E por que você quer me ajudar? O que
você ganha com isso tudo?
- Nada, eu construí vários cenários
onde pessoas inocentes morrem, tenho uma grande parcela de culpa de tudo isso.
E o que vocês dois tem é algo raro nesse mundo, não merecem essa desgraça,
quero que fujam para bem longe, eu tenho outro mapa que pode ajudar vocês a se
esconderem.
- Eu preciso tirar o Benji de lá eu
disse a ele que daria um jeito...
- Eu te ajudo, suas chances serão
maiores. Serei seu scout.
- O que?
- Seu vigia, guarda explorador... Você
usa um headset desses e eu vou te guiando, mostrarei os locais com armas, comidas
e os ângulos certos para você se esconder, e principalmente está vendo esse
ponto aqui?
Ele apontou para uma das divisões do
computador, um ponto em azul com a letra B4.
- É o Benji não é?
- Exato, eu te levo até ele. E então
topa?
- Eu não tenho escolha tenho?
- Não muitas.
- Me diz mais uma coisa...
- o que?
- Você tem um kit de sobrevivência
guardado por ai?