abril 26, 2011

Anjos Perdidos - Na teoria é fácil

Capítulo 2 

Parte 1

Parecia que estava sendo cortado mais lentamente que a última vez. Caiu de quatro no chão com a mão direita na barriga dolorida. Estava na praia, ouvia o mar e sentia a areia branca macia. Olhou para cima, ainda de quatro e lá estava os três anjos.
- Ainda não dá para você sair procurando os serafins. Precisa aprender a lutar antes, sabe, demônios são extremamente fortes para os seres humanos e como você não pode usar as nossas espadas (E nisso Daniel mostrou uma espada branca, brilhante, era grande e no punhal tinha pedras, talvez diamantes), trouxemos uma comum para você (mostrou uma espada de lâmina que não era tão brilhante e bonita), vamos pegue.
Alan levantou-se ainda curvado por causa da barriga dolorida, pegou a espada da mão do anjo, era mais pesada do que imaginava. Examinou-a e olhou a outra espada na mão de Daniel.
- Porque não posso usar essa daí?
- Essa é a espada dos arcanjos, você não conseguiria usá-la, pegaria fogo só de tocar nela.
Ezequiel e Gabriel estavam afastados, perto da barreira de conchas, olhavam para o mar.
- Agora, com permissão de Deus trouxemos uma pessoa para ensina-lo a manuseá-la...
- Porque você não me ensina?
- Porque não uso uma espada comum, a minha luta é diferente da sua e vê se não me interrompe ok? (Olhou sério para ele), trouxe um guerreiro, um viking na verdade (Daniel sorriu e apontou para trás de Alan), e lá está ele.
Alan olhou para trás, um homem enorme com barba e cabelos ruivos, um capacete de ferro com dois chifres bem grandes e uma roupa feita de couro e pele de animais, tinha em uma das mãos uma espada e na outra um escudo. Vinha rapidamente na direção de Alan, com uma expressão bem zangada.
- Ah! Tinha me esquecido, seu escudo (esticou o braço e entregou um escudo velho e amassado a Alan),acho que é melhor você começar a se preparar, ele pode te deixar em pedaços.
- Você acha!
Antes de o anjo terminar de falar o viking estava quase em cima de Alan com a espada em punhalada partiu de vez para cima dele que tentou se defender como escudo e acabou caindo no chão. O viking tentou acertá-lo mais uma vez, o garoto rolou para o lado escapando por pouco da espada, se levantou e começou a correr, não tinha ideia do que deveria fazer.
- O faz parar!. Gritava para os anjos.
O viking corria atrás dele balbuciando algo que não dava para entender.
Os anjos estavam juntos olhando-o, conversavam tranquilamente sobre alguma coisa.
- Façam algo! Ele vai me matar!
O garoto corria para lá e para cá, se esquivando do viking enorme que apesar de gordo conseguia alcança-lo, tentando acertar com a espada. Alan estava entrando em desespero, a espada era pesada e o escudo mais pesado ainda, começava a ficar cansado de correr, mas não dava para parar.
 - Vocês não acham que é melhor acabar com isso? Gabriel falou olhando um pouco preocupado.
- Estava pensando nisso também, acho que Alan não vai conseguir levantar a espada de qualquer jeito, ela é bem pesada, diferente da nossa sabe.
- Verdade? Olhando parece leve.
- Pois é eu também achava você a segurou Ezequiel?
O anjo que nada tinha falado até agora olhava Alan correr do viking de um lado para o outro.
- Não, não segurei... Porque você trouxe um viking?
- Olha... Não sei nada dessas armas humanas e a única ideia que tive foi de alguém que usou muito, a ideia do viking passou pela cabeça, achei que fosse ser legal (falou na tentativa de se explicar, mesmo sabendo que foi uma péssima ideia).
- É... Também não sei nada dessas armas mas acho que o garoto vai se dar bem.
Ezequiel continuava olhando Alan que continuava correndo do viking, gritando por ajuda dos anjos.
Alan tropeçou no que caiu a espada e o escudo voaram de suas mãos, caíram a centímetros dele, o viking veio com tudo com a espada em punhalada estava prestes a acertar Alan, até que sumiu. O garoto se sentiu aliviado e se jogou no chão.
Gabriel foi até ele.
- Você esta bem? Foi por pouco (e deu uma risada), quase virou picadinho.
Ele tentou se recompor o anjo o ajudou a levantar.
- Isso não teve graça, qual é o problema de vocês? E se ele me matasse?
- Ele não ia te matar, estávamos olhando.
Daniel foi até eles.
- E aí tudo bem? Aprendeu alguma coisa?
Alan não sabia se ficava quieto ou se xingava pra valer o anjo.
- Sim, que vocês são loucos e como fugir de um viking sem ajuda de quem deveria me proteger!
- Calma cara, eu não entendo nada de seres humanos, só estava tentando ajudar.
Alan ainda tentava controlar a respiração, estava ofegante demais.
- Você quer ajudar? Então não faça mais isso!
Gabriel tentou acalmar o garoto, o levou até uma rocha onde dava para ele se sentar. Alan ficou lá até recuperar a sua força e acalmar os nervos. Os anjos estavam em volta dele.
O garoto olhava o mar e a barreira de conchas, quando a lembrança da concha que havia saído de sua orelha lhe veio na mente. Seu estomago embrulhou por causa da lembrança, precisava perguntar para eles, afinal, a concha era igual aquela.
- Uma vez em uma das crises que tive por causa do pesadelo, tive algumas visões dessa praia e de repente uma concha igual a essas (e apontava com um leve desespero para a barreira), saiu da minha orelha! Foram vocês? O que foi aquilo?
Ezequiel e Daniel estavam confusos, prestaram atenção no que Alan dizia mas não faziam ideia do que poderia ser.
Gabriel deu uma risada sem graça e falou.
- Fui eu garoto. Sabe, era uma mensagem de que eu estava indo te ver te ajudar.
Alan não acreditava no que ouvia.
- Mensagem? Aquilo era uma mensagem?
Controlava-se.
Os outros dois anjos olhavam Gabriel, espantados. Gabriel olhava deles para Alan.
- Eu simplesmente não podia mandar uma luz para você com uma voz de fundo falando que eu estava indo. (ria nervosamente)
- Eu quase fiquei surdo!
- Você fez uma concha sair da orelha dele? (Daniel olhava indignado)
- Precisava mandar uma mensagem sem que Ledge percebesse!
- Você fez uma concha sair da minha orelha, tem ideia de como isso me assustou? A historia de ser uma mensagem de um anjo nem passou pela minha cabeça!
- Foi mal cara... Olha nem sei o que lhe falar.
Alan levantou-se e se afastou dos anjos, estava ali para salvar os tais serafins perdidos e não para aturar anjos que quase o mataram enquanto deveriam apenas protege-lo.
Gabriel se sentia mal, Ezequiel sentou-se atônito sem saber o que falar.
- Você fez uma concha sair da orelha dele? Cara você pegava mais leve quando tinha que mandar mensagens. (Daniel estava indignado)
- É eu sei, mas o s tempos mudaram e eu não sabia que iria assustá-lo, achei que ele fosse entender.
- Uma concha saiu da orelha dele. Até eu que sou anjo ficaria assustado com isso.
Gabriel suspirou e deu de ombros não sabia o que fazer.
Ezequiel se levantou deu uns tapinhas nas costas de Gabriel e foi até Alan que olhava o mar.
- Tente entender, nunca lidamos com um ser humano de perto antes, é tão difícil para nós como é para você.
- Não sei, não foi você que quase perdeu a audição com uma concha, quase morreu por causa de demônios e de um viking doido. Não é você que tem que ir atrás de anjos perdidos para poder ir para céu.
Ezequiel ficou em silencio, os dois olhavam para o mar. Alan estava de braço cruzado, ainda sério.
- Mas estamos passando por aprovações também, temos que lidar com você, protege-lo e sim, nós também podemos morrer por causas demônios, mas faremos isso por um bem maior, pelos serafins e pela humanidade. Então... (olhou para trás e viu Gabriel e Daniel distantes os olhando curiosos e ansiosos para saber o que estava acontecendo) nos perdoe, estamos aprendendo a lidar com você, aprendendo a admirar a força dos seres humanos.
Alan olhou para o anjo, não sabia se devia falar que seres humanos não são tão bons assim ou ficar quieto. Olhou o anjo e sabia que apesar de toda aquela frieza de Ezequiel estava tão perdido com a situação quanto ele. Olhou para Gabriel e Daniel que estavam olhando preocupados.
“É... eles também devem estar passando por algo ruim como eu”.
Ele sorriu forçadamente para o anjo.
- Tudo bem então, mas nada de vikings ou conchas tá bem?
- Tudo bem, eu vou dizer isso aqueles dois.
Ezequiel saiu e foi andando em direção aos dois anjos.
Alan olhou para o mar preocupado.
“É... Agora fodeu!”

G.C.Pezzatto   25/04/11


 foi para o quarto, ficou deitado na cama olhando para o teto, pensando em tudo, no pesadelo, como foi parar no ch

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