abril 01, 2011

Anjos perdidos (O Começo Parte – 4)

Uma semana depois...
As folhas caiam da arvore dançando com o vento. Ele observava sentado em um banco no clube junto com alguns colegas da faculdade, estes conversavam animadamente sobre o fim do ano quando finalmente se formavam. Ele não conseguia imaginar-se vivo até lá, consequentemente não estava animado com tal assunto.
Começaram a formar um time para jogar futebol. Ele entrou no jogo para tentar se divertir. A bola rolava, seu time estava ganhando mas não por sua causa, na verdade era o único ruim do time. Mas não ligava, estava se sentindo bem.
Quando o jogo acabou, foram para a piscina, ficaram dentro da água debruçados na beirada olhando as garotas tomarem sol.
- Nossa a Bruna tá te secando! Vai lá falar com ela, quem sabe...
Alan riu, estava gostando da admiração não secreta da garota, fazia-o se sentir o tal. Talvez fosse falar com ela mais tarde.
Não precisou muito, veio até ele.
- Oi tudo bem?
- Tudo ótimo, querida e com você?
Ela sentou na beirada do lado dele.
- Bem melhor agora.
Conversaram com algumas indiretas e muitas segundas intenções. Deixaram bem claro que algo aconteceria mais tarde.
Saíram da piscina e foram para o churrasco, lá ficaram juntos o tempo todo. Ele não estava interessado de verdade nela, só queria curtir e não se importava com o que ela sentia.
A festa acabou as 22h35min, mas foi por causa do local se não teria continuado.
Foram para a casa dela. Seus pais não estavam em casa.
(Ele não liga muito para relacionamentos prefere ficar sozinho e ter alguns casos, para ele é melhor todas do que uma só. Enfim, você sabe o que aconteceu).
Ela ainda estava dormindo quando ele saiu, tinha que ir embora antes que acordasse. Chegou em casa de madrugada. Abriu a porta da sala, um homem um pouco mais alto que ele (1,80cm) estava em pé no centro do cômodo usava um terno preto, era careca com cara de poucos amigos. Olhava-o frio e rigoroso.
Ele já se acostumou. Olhou para o homem rapidamente e fechou a porta as suas costas.
- Então...
- Ezequiel. (O anjo disse) Precisamos ir.
- Para onde?
Ezequiel foi até ele em passos firmes e simplesmente esticou a mão aberta, uma luz branca tomou conta do lugar.
Alan sentiu algo o cortando de dentro para fora. De olhos fechados caiu em um chão macio, ouvia barulhos de ondas, sentia areia em suas mãos. Abriu os olhos e se viu na praia com grandes rochas e na beira da água milhares de conchas, iguais aquela. Levantou-se olhou desesperado para o anjo querendo saber o porque que ele foi parar ali.
- É o único lugar seguro para você.
- Que maldito lugar é esse?
Ezequiel furiosamente foi até ele, apontou seu dedo bem perto do rosto de Alan.
- Olhe o palavreado, você esta perto do céu!
Alan se assustou, obviamente ele era diferente de Gabriel, e preferia que esse tivesse vindo.
- Desculpe.
O anjo se afastou dele. Olhou para o mar, sentia a brisa em seu rosto sério, respirou fundo.
- Ledge foi atrás de você hoje.
Seu estomago embrulhou.
- Vocês o pararam?
- Não. Ele consegue se mover rapidamente quando tem outros demônios junto.
Uma imagem terrível passou pela sua cabeça. Uma legião dentro de sua casa procurando por ele e sua mãe lá dentro, sem nada saber.
- E minha mãe?
Dizia entre goles de folego e um grande desespero.
- Ela esta bem.
- Vocês ajudaram-na?
- Não. Eles não podem mexer com ela.
- Por quê?
- Ela não tem nada a ver com isso.
Alan respirou fundo, colocou as mãos na cabeça. Sentia-se mais aliviado.
- Que bom.
- Que lugar é esse, não é o céu?
- Não. Aqui é onde alguns anjos ficam. Você não pode entrar no céu.
- Porque eu não morri certo?
- Não, é porque você não é digno do reino dos céus.
- O que? Eu vou para o inferno?
- Estamos fazendo de tudo para que isso não aconteça.
- Quanto tempo eu vou ficar aqui?
- Até Gabriel dar um sinal dizendo que você já pode voltar para casa.
Alan sentou na areia e ficou olhando o mar azul sem saber no que pensar. As coisas começaram a ficar sérias, não podia ficar na sua própria casa. Estava cansado de tudo, ainda mais do dia e da noite que teve.
Ezequiel ficou ao seu lado de pé olhando o mar também.
Esperaram por um bom tempo o sinal de Gabriel.

G.C.Pezzatto - 01/04/11








  foi para o quarto, ficou deitado na cama olhando para o teto, pensando em tudo, no pesadelo, como foi parar no ch

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