abril 30, 2011

Anjos Perdidos - Na teoria é fácil

Capítulo 2 – Parte 2

Alan ficou olhando para o mar por mais algum tempo. Quando resolveu juntar-se aos anjos, Ezequiel e Gabriel haviam ido embora. Daniel estava sentado na rocha. parecia meditar. O garoto sentou na areia macia e ficou em silêncio, não queria desconcentrar o anjo.
- Você não vai poder ir embora para casa. Vamos tirá-lo da memória de sua mãe e das pessoas que te conheciam. Você é um perigo para eles.
Alan sentiu um aperto forte no peito, como se tivessem comprimido seu pulmão. Entendia a lógica do anjo e sabia que realmente era o certo mas não queria aceitar. Perder sua mãe e seus amigos, as garotas com quem tinha ficado iriam esquecê-lo, perder uma vida.
- E vou ficar onde?
- Em outro lugar longe de onde morava.
Ele olhou a sua volta, não tinha nada na praia a não ser rochas e conchas.
- Onde eu vou dormir?
- Em uma casa abandonada.
- E onde é essa casa?
- Em uma praia qualquer.
- Eu vou ficar sozinho lá?
- Vamos revezar, você nunca vai ficar sozinho.
Alan pensava porque aceitou, nas consequências que teve, se aquilo tudo valia a pena. No momento achava que não.
- Onde esta o Gabriel e o Ezequiel?
- Ezequiel foi chamado para olhar Ledge, aparentemente acharam outro serafim. Gabriel foi chamado por Deus.
- Acharam outro serafim?
Ele ficou surpreso com a rapidez com que tudo acontecia.
- Sim, Ezequiel foi resgata-lo de Ledge vai trazê-lo para cá, para ver se ainda tem a graça divina, se tiver vai ser levado para o céu.
Alan ficou ansioso afinal seria um a menos para ele cuidar.
Andava intranquilo pela praia até que no caminho viu a sua espada jogada na areia, pegou-a, sentia na mão o seu peso, começou a balançar no ar, cada vez que balançava mais, a espada ficava leve, era fácil de empunha-la. Como se tivesse tomando vida e agindo do seu próprio jeito, a espada começava a girar na mão de Alan, ele atacava, defendia, empunhava, com muita facilidade, precisão e agilidade. Ficou perplexo, conforme lutava sozinho, sorria porque estava gostando de conseguir fazer tudo aquilo, parecia que tinha nascido para empunhar uma espada. Começava a se divertir.Ficou um bom tempo sozinho treinando, até cansar.
 Sentou-se na areia do lado de Daniel que continuava na mesma posição.
- Vocês lutam diferente como?
O anjo levou alguns minutos para responder.
- Na verdade é do mesmo jeito, A diferença é que as nossas espadas são feitas de luz.
- Como assim? (Alan imaginou Daniel com a espada na mão e de repente ela se torna um sabre de luz, ele riu).
- É igual a sua só que é celeste, somente arcanjos, seres puros, sabe, podem usá-la, porque nós somos feitos de luz também, mas vocês humanos não tem essa luz, por isso que queimam quando tocam nela. Deveriam ter a luz...
- E porque não temos?
- Deixaram os males influenciar, a ganancia, o ódio, sedução, luxuria, esses males que vocês tanto gostam, tiraram o pouco de luz que vocês tinham.
Ele não sabia se queria responder ao anjo ou se queria descansar, era muita informação em menos de um ano e ainda não estava digerindo tudo como deveria.
- Posso ir embora agora?
O anjo respirou fundo levantou-se da rocha e olhou o mar por alguns instantes.
- Vamos, amanhã tem mais.
Virou para o garoto com a mão aberta, a luz e a dor cortante vieram e logo passou quando chegaram. Ele estava de pé pela primeira vez, olhou a sua volta uma praia deserta com muitos coqueiros e troncos caídos. Olhou para um morro e lá tinha um pequeno chalé de pedras.
- Vamos.
Daniel disse seguindo para o chalé, Alan foi atrás. O lugar era bonito e tranquilo.
“Talvez não seja tão ruim....”
Chegando no chalé Daniel entregou uma chave antiga de ferro a Alan enquanto olhava em volta. Alan abriu a porta.
O chalé era bem simples porém aconchegante, a sala era pequena, tinha uma televisão (mas ele duvidava que tivesse sinal) um par de sofá marrom com muitas almofadas floridas, um tapete marrom grande sobre o piso de pedras. Uma pequena porta do lado direito levava a cozinha, bem simples, tudo de madeira. Na cozinha no canto direito tinha uma escada em caracol de ferro, Alan subiu a escada tinha um pequeno corredor. Do lado esquerdo dava para o banheiro, era todo azul decorado com algumas conchas na parede e tinha uma banheira antiga. O lado direito levava para o único quarto, tinha uma cama grande e aconchegante, uma janela que dava para o mar. A casa era cheia de janelas com belas vistas.
Ele gostou do lugar, era diferente de tudo que já tinha visto. Tomou um banho e se deitou, no relógio marcava 10h00min, era o mais cedo que conseguia dormir.
 Daniel ainda estava do lado de fora, não quis entrar.
Alan olhava para o teto do quarto, na sua mente vinha todas as pessoas que conhecia, a essa hora achava que nenhuma se lembrava dele, e ele se lembrava de todas. Suspirou fundo, sua visão começou distorcer então uma lágrima escorreu pelo rosto. Já era tarde não podia fazer mais nada por eles. Agora vai até o  fim só para ter a paz que tanto desejava.

G.C.Pezzatto – 28/04/11



 foi para o quarto, ficou deitado na cama olhando para o teto, pensando em tudo, no pesadelo, como foi parar no ch

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